postado em 21/09/2010 16:54
A situação de emergência no Distrito Federal, decretada pelo governador Rogério Rosso na segunda-feira (20/9) devido à estiagem prolongada, não altera o calendário escolar. Apesar do calor e da baixa umidade do ar, todas as instituições de ensino continuam com funcionamento normal. "A prioridade é evitar ao máximo a suspensão das aulas, pois isso não vai resolver a situação do aluno", disse o secretário-adjunto da Secretaria de Educação do DF Jacy Braga.Mais de 600 mil alunos, da rede pública e particular de ensino, ficariam prejudicados caso houvesse uma paralisação das atividades escolares. Além de atrasar o conteúdo das disciplinas, muitos estudantes receberiam menos cuidados em casa do que na escola. "A maioria dos pais trabalham e deixam crianças sozinhas. Assim elas podem ir para a rua, ficar expostas ao sol e não lembrar de beber água", explicou o secretário-adjunto.
[SAIBAMAIS]As aulas só serão suspensas, de acordo com Braga, se a umidade relativa do ar estiver abaixo de 12% e, ao mesmo tempo, a temperatura for igual ou superior a 31%. Nesse caso, a secretaria entraria em contato com a Defesa Civil, para a autorização da medida.
Neste período, a Defesa Civil desaconselha atividades ao ar livre e exposição ao sol entre 10h e 17h. O ambiente de aula deve estar umidificado e os estudantes em locais protegidos do sol. Também é recomendado o consumo constante de água e outros líquidos.
Prevenção
Para tentar minimizar os problemas do clima seco, as escolas têm adotado medidas de prevenção. As aulas de educação física passaram por modificações e a ordem e é se refrescar.
O Centro de Ensino 1 do Riacho Fundo I incentiva o uso das garrafinhas de água, segundo a supervisora pedagógica, Rosana Lins. "Orientamos para que os estudantes se hidratem ao longo do dia. Além disso alteramos as atividades físicas. Na turma da manhã, as aulas de educação física vão até às 9h30 e na parte da tarde só começam no final do dia, quando o sol já está baixo", explica. A escola também traz a educação física para a sala de aula. "Estamos pedindo que os professores incentivem atividades lúdicas dentro de sala para evitar a exposição ao sol", garante Rosana.
Já no Centro de Ensino 10, em Ceilândia, funcionário jogam água no pátio para amenizar os efeitos da baixa umidade. De acordo com o supervisor pedagógico, Geysson Maranhão, a escola tem feito de tudo para minimizar os problemas da estiagem. "Estamos tirando os alunos das quadras no horário de maior intensidade do sol e pedindo que os professores os levem ao salão de jogos, onde há pingue-pongue e totó", explica.
Enquanto a chuva não chega, o supervisor do CE 10 de Ceilândia afirma que o jeito é esperar. "Não tem muito o que fazer, a não ser esperar por São Pedro", diz Geysson, entre risos.
Emergência
O objetivo da medida, publicada nesta terça-feira (21/9) no Diário Oficial, é dar mais agilidade no combate aos incêndios como o do Parque Nacional de Brasília. O fogo na reserva ecológica já dura dois dias e já consumiu 28% dos seus 42 mil hectares -- o equivalente a 13 mil hectares.
Sem chuvas há 118 dias, o DF deve passar por pelo menos mais uma semana de seca. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) não prevê precipitações nos próximos cinco dias. No mesmo período, as temperaturas vão continuar elevadas, em torno de 30% no período da tarde, e a umidade pode variar entre 25% a 60%.