Cidades

Crime da 113 Sul: Tribunal do Júri acata denúncia contra Adriana Villela

postado em 01/10/2010 18:53

Ary Filgueira
Renato Alves
Guilherme Goulart

A arquiteta Adriana Villela, 46 anos, poderá ir a júri popular pela morte dos pais e da empregada da família. O juiz-presidente do Tribunal do Júri de Brasília, Sandoval Gomes de Oliveira, recebeu hoje (1/10) denúncia do Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) contra ela, acusada dos homicídios triplamente qualificados do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, 73, da mulher dele, Maria Carvalho Mendes Villela, 69, e da principal empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva, 58. O crime ocorreu em 28 de agosto do ano passado, no apartamento das vítimas, no Bloco C da 113 Sul.

Na decisão em que acatou a denúncia contra a ré e outros cinco acusados, o juiz Sandoval de Oliveira afirmou haver indícios da participação deles: "A materialidade dos crimes de homicídio encontra-se devidamente respaldada nos Laudos de Exame de Corpo de Delito, dando conta de que o perecimento das vítimas se deu em face dos ferimentos provocados pelos golpes de arma branca descritos. Pertinente ao furto, malgrado não se tenha colacionado a necessária prova da valoração econômica das joias desaparecidas, nada impede que isso ocorra durante a instrução."

As mortes, ocorridas após 73 facadas, teriam como motivação "conflitos de família por assuntos financeiros", segundo o despacho. "Ademais, na mesma oportunidade (ela, Adriana) subtraiu em proveito próprio diversas joias pertencentes à mãe, a exemplo de cerca de U$ 70 mil (dólares) de propriedade do casal", completa o juiz. Ele destacou ainda que, para iniciar o processo contra os agora réus "não se exige prova cabal da autoria, pois o ordenamento jurídico pátrio contenta-se com a existência de meros indícios para justificar a deflagração (do processo)". Adriana e demais acusados têm, agora, 10 dias para apresentar defesa.




Prisões negadas
Por outro lado, o juiz Sandoval de Oliveira negou os pedidos de prisão preventiva contra a ré e outros cinco acusados no inquérito policial da Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida). O MPDF havia denunciado Adriana Villela por homicídio triplamente qualificado e por furto de objetos na semana passada. Pedidos de prisão preventiva da delegada Martha Vargas e do policial José Augusto Alves são analisados por outra promotoria, o Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial.

Em entrevista coletiva realizada em 28 de agosto, a diretora-adjunta da Corvida, Mabel Alves de Faria, reafirmou que a filha do casal assassinado, Adriana, é a única suspeita de ser a mentora do crime e pode até ter ajudado a esfaquear os próprios pais. "Nós temos duas vertentes e não podemos afastar a possibilidade de ela (Adriana) ter participado da execução", afirmou Mabel Faria.

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