Cidades

Garis do SLU recolhem 363 toneladas de sujeira

Desde ontem, 1,5 mil funcionários limpam as cidades do DF, que foram inundadas de propaganda eleitoral no dia da votação

postado em 05/10/2010 07:36
Mutirão em Taguatinga e Ceilândia: as duas cidades, mais o Núcleo Bandeirante, foram as campeãs do excesso de lixo de campanhaDeputados eleitos, senadores com as cadeiras garantidas e uma enxurrada de artigos de campanha espalhados por todos os cantos do Distrito Federal. As cidades amanheceram cobertas por montanhas de panfletos, faixas e bandeiras. O material de candidatos que venceram o pleito se misturou a panfletos dos derrotados e dos que ainda se enfrentarão no segundo turno. O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) reforçou as equipes e retirou, apenas ontem, 363 toneladas de lixo eleitoral. Na madrugada do sábado para o domingo, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) havia recolhido 47 mil itens.

Cerca de 1,5 mil garis varreram 162 toneladas de santinhos de políticos da porta das escolas que guardavam as urnas eletrônicas. Lotaram as caçambas de 95 caminhões outras 201 toneladas de banners, cartazes e cavaletes. O superintendente de Orientação, Controle e Fiscalização do SLU, Expedito Apolinário Silva, percorreu o DF e constatou que Ceilândia, Taguatinga e Núcleo Bandeirante venceram no quesito de cidades mais sujas.

As equipes do órgão devem se empenhar no mutirão pós-eleições até quinta-feira. Deram prioridade aos locais de votação e, quando concluírem, se concentrarão em ruas e áreas residenciais. Um dos principais meios de divulgação de propostas, os folhetos de papel terão um destino sustentável. ;O material será enviado a associações de catadores para reciclagem;, adiantou Apolinário.

Na Área Especial 3 da Estrutural, quatro garis brigavam com o vento para limpar a pista da frente do Centro de Ensino Fundamental 1. Na porta do CEF 15, na QSA 5 de Taguatinga, Kátia Rocha, 32 anos, tentava entender o porquê de tanto lixo. ;A sensação é a de que este ano foi bem pior do que nas eleições de 2006. Parece que mais gente se candidatou;, arriscou a gari, que fazia montes de panfletos na companhia de 14 colegas.

Quem se lançou na disputa tem um mês para eliminar dos canteiros e das calçadas todo o material de campanha que espalhou pelo DF (veja O que diz a lei). Só não entram nesse prazo os candidatos que estarão no segundo turno. ;No último dia, a cidade foi inundada por propaganda eleitoral;, disse a juíza Vanessa Trevisan, do TRE-DF. Segundo a magistrada, se tivessem sido pegos em flagrante, os sujões estariam sujeitos a multa de R$ 5 mil a R$ 16 mil, prisão de até um ano e prestação de serviços comunitários.

O número
48 horas

após a proclamação oficial, pelo TSE, do resultado da votação no país, começa a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV referente ao segundo turno


Eu acho...

;A lei precisa ser mais dura com os políticos em época de campanha. Os candidatos deveriam ser obrigados a retirar os panfletos e as faixas das ruas, ou a arcar com as despesas do governo com a limpeza urbana. Desse jeito, a maioria pensaria duas vezes antes de fazer isso. A cidade ficou imunda, mais suja do que em eleições anteriores.;
Rita de Souza, 41 anos, professora, moradora de Ceilândia Sul

O que diz a lei

A Resolução n; 23.191, de 2009, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determina que os candidatos e os integrantes de partidos políticos e coligações devem tirar das ruas as propagandas de campanha em, no máximo, 30 dias depois da respectiva votação. Caso necessário, os representantes das chapas também precisarão restaurar os bens em que afixaram o material. As fitas e os CDs de propaganda eleitoral gratuita dos postulantes aos cargos de deputado distrital e federal e senador devem ser retirados das emissoras de televisão dentro de 60 dias, sob pena de destruição. Como haverá segundo turno, o prazo para a retirada do material dos candidatos a governador do DF e a presidente só começará a contar no fim do mês.

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