As causas exatas do maior terremoto no Distrito Federal, com epicentro no norte de Goiás, ainda são um mistério. Até o fechamento desta edição, os técnicos do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) tampouco haviam identificado o ponto da origem do tremor que assustou os brasilienses. Nos últimos 15 anos, os equipamentos da instituição candanga registraram pelo menos oito abalos naquela região goiana.
Os especialistas da UnB se debruçaram sobre os relatórios para tentar detalhar as causas do sismo na chamada faixa sísmica Goiás-Tocantins, durante o fim da tarde e início da noite de ontem. ;É um conjunto de pequenas rachaduras no interior da terra. O movimento das placas tectônicas provocam uma pressão natural dessa área e novas rupturas vão ocorrendo ao longo do tempo;, explicou a professor Mônica Vonhuelsen, do Observatório Sismológico da UnB.
Relatórios
Na manhã de hoje, os técnicos voltam a analisar os dados para saber se houve novo abalo e, na segunda-feira, retomam o estudo dos relatórios para tentar entender os motivos do abalo e sua intensidade. A preocupação ontem era com os impactos nas cidades vizinhas do provável epicentro.
Segundo o professor George França, do Observatório Sismológico, os danos são proporcionais à precariedade das habitações. ;Se as casas e prédios não têm boa estrutura, correm mais risco de desabar com tremores como este. Geralmente regiões mais pobres sofrem mais com os sismos e os governos tendem a apenas transferir as famílias do local o que não resolve o problema se as habitações não tiverem boa estrutura;, alertou.
Nos últimos 88 anos, foram registrados pelo menos 14 abalos no Brasil com magnitude igual ou maior de 5 pontos na escala Richter (veja arte). O pior deles foi em 1955, no município de Porto dos Gaúchos (MT), onde o tremor atingiu 6,2 pontos.