Naira Trindade
postado em 12/10/2010 08:11

Possíveis réplicas do terremoto registrado há quatro dias, às 17h17, ao norte de Goiás, são monitoradas por especialistas. O epicentro foi o mais forte já sentido na região. ;Até 3,5 ou 4 pontos na escala Richter, Brasília não sente. O sistema de alerta e monitoramento observa os dados de hora em hora para ver se houve outro tremor. Mas até agora nada foi registrado;, explicou o pesquisador da UnB. ;Se acontecer algo amanhã, por exemplo, será sentido em Mara Rosa. A possibilidade (de os brasilienses perceberem) é muito baixa. Depois da ocorrência de um sismo de magnitude maior, a tendência é que ocorram outros menores, pouco perceptíveis para a população;, esclareceu.
Uma equipe com três pesquisadores e professores da UnB investiga as causas do terremoto que trouxe pânico aos cerca de 12 mil habitantes da pacata cidade goiana, distante 330km do Distrito Federal. O relatório com o histórico da região, os aspectos sísmicos, e com explicação sobre sismicidade deve ser anunciado amanhã, no Observatório. ;Geralmente a terra se comporta de forma padronizada. Antes de haver um sismo de magnitude maior, acontece um menor. Se pensarmos que esse foi o maior, pode não haver outro;, contrapõe o chefe do Observatório Sismológico da UnB, Lucas Vieira de Barros.
Medo
No município goiano, o abalo sísmico espalhou tensão entre os moradores. Com medo de dormir à noite, algumas pessoas começaram a cogitar a troca de endereço e abandonar o interior goiano. A ambientalista e jornalista Vanda Boaventura, 55 anos, está preocupada com a imagem negativa que o fenômeno pode associar à cidade . ;Mara Rosa é um município muito rico e foi um importante núcleo minerador de ouro do Brasil no século 18. As pessoas estão muito apreensivas com o que aconteceu. Houve gente dizendo que não sentia mais segurança para entrar em casa, e que queria se mudar;, descreveu.
Defensora do meio ambiente, Boaventura alerta que a comunidade necessita de projetos de conscientização sobre terremotos e sobre medidas de proteção durante eventuais abalos sísmicos. ;É preciso fazer algum trabalho de orientação com os moradores. As pessoas poderiam ter mais preparo, o que evitaria pânico;, acredita.