postado em 13/10/2010 13:32
O aumento da inflação (1) no mês de setembro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) com alta de 0,45%, não influenciou no número de inadimplentes no Distrito Federal. O índice teve queda de 0,1%, totalizando 4,8% entre compradores brasilienses - o que corresponde a aproximadamente 1,36 mil pessoas. Os dados foram divulgados pela Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), que administra o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da capital.Esta foi a segunda menor marca deste ano, já que em janeiro foi registrado índice de inadimplência de 4,6%. Segundo o vice-presidente da CDL-DF, Geraldo Araújo, a tendência é que o número caia e encerre o ano com 3,9% - 0,5% a menos do que no final de 2009. "Agora as pessoas começam a pagar suas dívidas para comprar em dezembro. Com isso, elas têm mais crédito, o que facilita as aquisições", esclarece. Ele explica, ainda, que a queda se deve à boa fase da economia brasileira. "A queda do dólar (2) ajuda também. A alta na inflação ainda não teve efeito na inadimplência. Como estamos no último trimestre, praticamente fechamos o ano bem".
O maior percentual de inadimplentes do ano foi registrado em março: 5,2%. O vice-presidente explica que muitos compromissos financeiros devem ser pagos nesta época, como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). "As pessoas deixam de pagar o que elas poderão saldar no outro mês. As compras deixam de ser prioridade". Ele destaca que há aumento de dívidas também por conta do carnaval.
Ainda segundo Geraldo Araújo, os comerciantes podem comemorar. A previsão é de que as compras aumentem em relação ao ano passado, já que o número de inadimplentes será menor. Houve, ainda, aumento de 5% na procura de informações no balcão do SPC em setembro. Isto mostra que cresceu a procura por negociação em relação aos débitos.
1 - Inflação
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de setembro com alta de 0,45%. O resultado, divulgado na última quinta-feira (7/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou bem acima da taxa do mês anterior, quando foi registrada elevação de 0,04%. No ano, o índice acumula aumento de 3,60% e, nos últimos 12 meses, de 4,70%. A taxa de setembro também supera a verificada no mesmo período de 2009 - 0,24%. Brasília, com 0,80%, teve o resultado mais elevado do mês, em função da alta de 4,75% na energia elétrica e do aumento de 1,79% nos alimentos.
O aumento do índice em setembro foi puxado pela alta nos preços dos alimentos (1,08%), que tinham apresentado queda por três meses consecutivos. Neste levantamento, o grupo teve elevação de 1,08% e foi responsável por uma contribuição de 0,24 ponto percentual, mais da metade do IPCA do mês.
2 - Dólar
A moeda americana encerrou a terça-feira (12/10) cotada a R$ 1,66 e, no início da tarde desta quarta, opera em R$ 1,65. Segundo especialistas, a tendência é que o dólar encerre o ano abaixo de R$ 1,70. A desvalorização cambial mostra seus efeitos sobre a inflação no Brasil. O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), sob influência do dólar baixo, exibiu desaceleração de preços de vários produtos comercializados no atacado em setembro.