postado em 15/10/2010 12:17
Um homem está internado no Hospital Regional de Sobradinho (HRS), desde o dia 5 de outubro, com diabetes, em estado grave. Um pedido de transferência foi encaminhado ao Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) para uma cirurgia de emergência. No entanto, o hospital ainda não deu resposta.Pedro Tavares de Souza, 60 anos, foi diagnosticado com necrose e precisará amputar as pernas. Além disso, ele apresenta isquemia. Seu genro, José Afonso Vitor, 50 anos, é paramédico e está revoltado com a situação. "Sou deficiente visual e sei que o pior cego é aquele que não quer ver. Neste caso, é o secretário da Saúde. Nossa família está desesperada com a situação".
Os familiares do paciente procuraram a Defensoria Pública, mas não obtiveram sucesso. "Eles disseram que o médico deve colocar no relatório que meu sogro tem a possibilidade de morrer, para que possamos entrar na Justiça", conta.
José não reclama da equipe médica, mas das condições dos hospitais. "Os profissionais fazem a parte deles, mas o sistema está falido. Não se toma providência". O paramédico afirma que a única opção é aguardar. "Se ele morrer, vou levar um pedaço do caixão ao defensor, para ver se ele nos ajuda", queixa-se.
O coordenador do Núcleo de Saúde da Defensoria Pública do Dsitrito Federal, Pelestino Chupel, explicou que, no caso de Pedro, falta o parecer no relatório para a realização da cirurgia. "Eu não posso fingir que estou resolvendo o problema do paciente. Se entrarmos na Justiça nessas condições, provavelmente o procedimento vai durar de três a quatro anos. A solução deve ser dada por meio de liminar, que é imediato, mas sem o parecer médico não é possível".
Ele esclareceu que sem a autorização médica, o paciente teria de passar por perícia, o que aumentaria o tempo de espera. "Neste relatório, há apenas uma solicitação. Precisaríamos também do quadro de saúde", destaca.
O núcleo de saúde foi criado para atender especialmente casos como este, devio à demanda. O órgão informou, ainda, que mesmo que o paciente entre com uma ação, não há garantia de que seu pedido seja atendido, já que não há vagas suficientes na rede pública, ou em unidades particulares. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, cerca de 8 pessoas, por dia, procuram vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
A reportagem do correiobraziliense.com.br entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, mas ainda não obteve retorno.
Confia abaixo o relatório de internação do paciente: