Cidades

Greve no metrô prejudica volta para casa no DF e horário de pico se estende

Roberta Machado
postado em 20/10/2010 19:36

Com os vagões sempre cheios, a espera chegou a 40 minutosNo primeiro dia da greve dos metroviários, apensas seis de um total de 19 trens circulam nesta quarta-feira (20/10). De acordo com o Metrô-DF, os veículos estão demorando em média, 40 minutos para chegar às estações. O horário de pico na volta para casa se estendeu e até as 19h40 muitas pessoas ainda aguardavam pelo transporte público na Estação Central.

Para evitar confusão, a Polícia Militar dobrou o número de policiais. Mas até o início da noite ainda não havia ocorrência de problemas nas estações.

Como alternativa, os passageiros procuram ônibus para se deslocar. Com o aumento da demanda, o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) colocou um reforço de 240 ônibus em Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras, Samambaia e Guará. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, os veículos extras foram realocados de outras regiões para atender a demanda excedente, de acordo com um planejamento operacional.

De acordo com o diretor administrativo do Sindicato dos Metroviários, Anderson Oliveira, em reunião com o secretário de governo, Renato Santana, ficou acertado encontro entre o governador Rogério Rosso e a categoria na próxima sexta-feira (22/10). "O govenador deve confirmar a reunião amanhã", diz. O Metrô-DF diz que ainda não há nenhuma negociação entre as partes.

Transtornos

Por conta da demanda, muitos não conseguiram embarcar ainda que o trem tenha passado. Na Rodoviária do Plano Piloto, os veículos já saem lotados. Quem espera em outros pontos tem dificuldade em encontrar um espaço dentro do trem.

A moradora de Taguatinga Marilene Nunes, 62 anos, esperou quase uma hora pela chegada do trem que a levaria para casa. A comerciária usa o metrô todos os dias para ir e voltar do trabalho no Conjunto Nacional. "Quantas pessoas idosas e com enfermidade dependem dos outros? É uma falta de respeito, pois não temos nada a ver com isso", reclamou Marilene, que sofre de artrose e teve dificuldade em conseguir uma cadeira para esperar o trem.

A estudante Ellen Fontineli, 24 anos, não teve tanta sorte quanto Marilene, e teve que esperar o trem em pé. Devido ao engarrafamento da EPTG, Ellen prefere pegar o metrô, mas se arrependeu da escolha no dia de greve. "Hoje dá impressão que de ônibus seria mais rápido, mesmo enfrentando o trânsito. Agora vou chegar atrasada na aula", disse.

Ellen ainda conta que, devido à ansiedade dos passageiros em conseguir um lugar, muitos que esperam para entrar no vagão são empurrados para dentro do trem errado. O atraso do metrô fica ainda maior quando passageiros precisam sair do trem para onde foram levados pela multidão por engano.

Reivindicações

Os metroviários pedem a redução da jornada de trabalho dos pilotos de 40 para 30 horas semanais. A categoria também exige a convocação dos cerca de 200 aprovados em concurso público cuja validade expira no dia 25 deste mês. Outra questão reivindicada pelos metroviários é um novo concurso para agente de segurança e piloto, para evitar terceirização dos bilheteiros, que está sendo investigado pelo Ministério Público.

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