A Polícia Científica de Formosa iniciou, na manhã desta quarta-feira (27/10), a perícia técnica no Assentamento Rural Morrinhos - comunidade a 150 Km de Formosa - onde ocorreu um triplo homicídio, na última quinta-feira (21/10) - foram mortos a dona de casa Odalice Rodrigues Machado, 29 anos, e os dois filhos, Isac Jesus e Clarice Machado da Silva, cinco e quatro anos, respectivamente. O resultados dos testes deverá sair em 30 dias.
De acordo com o delegado Carlos Firmino, a perícia irá valer como prova nessa fase completamentar. "Já sabemos como o crime aconteceu, mas precisamos de um laudo oficial para que o Ministério Público possa oferecer a denúncia contra os dois supostos envolvidos, o marido e o caseiro", afirma.
Enquanto isso, o marido da vítima, Raimundo Nonato, 34, e o caseiro Sebastião dos Santos, 39, continuam detidos na Casa de Prisão Provisória (CPP). O delegado afirma que os indícios permanecem mais fortes sob Raimundo. Ele explica que todas as autoridades envolvidas, como os delegados-plantonistas Amaury Araújo e Ricardo Pereira, e a juíza concordam que há provas razoavelmente fortes, que garantam a prisão de Raimundo Nonato. "O mais importante do trabalho já fizemos garantindo a prisão dos suspeitos", comenta Carlos.
O delegado de Formosa também afirma que será feita uma carta precatória que será enviada à delegacia de Piauí, onde moram os familiares de Odalice, com o objetivo de solicitar o depoimento dos parentes, que ficaram sabendo pela internet do triplo homicídio.
Para Carlos Firmino, a investigação está na fase mais demorada, onde é preciso juntar provas e indícios. "É preciso colher elementos para uma futura denúncia contra os acusados. Mas isso vai demorar um pouquinho por ser uma fase documental. O fogo já acalmou, agora é preciso garantir os elementos probatórios para evitar uma possível soltura", explica. Após o término dessa fase mais demorada, Firmino afirma que será feita uma reconstituição do crime.
[SAIBAMAIS]Entenda o caso
Sebastião dos Santos era caseiro na Fazenda Morrinhos e teria convidado Raimundo e a família para ajudá-lo nos afazeres. A mulher iria auxiliar na cozinha e Raimundo, cuidaria da propriedade. Na última quinta-feira, dia dos crimes, a família estava na casa de Sebastião. Enquanto os dois homens pescavam em um rio próximo ao local, a mulher e os filhos ficaram na residência. O combinado era que Odalice preparasse a comida enquanto eles se divertiam na pescaria.
Em seu depoimento, Raimundo relatou que Sebastião chegou a voltar à casa duas vezes. Uma delas alegando que iria buscar fumo e rede, na outra dizendo ter ouvido um barulho de carro. Após a pescaria, ambos teriam voltado para a residência de Sebastião, mas Odalice e as crianças já não estavam no local.
A Polícia Militar prendeu Sebastião na sexta-feira, mas, por falta de provas, soltou o suspeito. Segundo as autoridades, depois de prestar esclarecimentos, ele teria procurado um prostíbulo em Formosa. Somente no sábado, quando os corpos já tinham sido descobertos, os policiais mantiveram o homem preso. Raimundo só foi detido após a polícia ouvir a versão de Sebastião, que disse ter matado Isac, enquanto Raimundo teria assassinado as outras duas vítimas.