postado em 29/10/2010 09:13
O assassinato da estudante Ailene das Neves de Moraes, 15 anos, desafia a polícia goiana. A jovem, que cursava o 1; ano do ensino médio, foi encontrada morta na noite da última terça-feira em um matagal próximo à Subestação de Furnas Embaixador, localizada no bairro Padre Lúcio, em Águas Lindas (GO). Passados três dias do homicídio, o delegado titular do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) do município goiano, Hylo Marques, diz ainda não ter nenhuma linha de investigação traçada que leve ao autor da barbárie.Até agora, três testemunhas prestaram depoimento na unidade policial, mas, segundo o delegado, elas contribuíram apenas para traçar o perfil e a rotina da vítima. O computador da adolescente será periciado. O objetivo dos investigadores é saber se ela mantinha conversas com suspeitos ou estava recebendo algum tipo de ameaça. Nos próximos dias, um rapaz que teria tido um rápido namoro com Ailene será ouvido na condição de testemunha. ;Vamos ouvi-lo para saber se ele sabe de alguma coisa. Por enquanto, ainda estamos na fase inicial das investigações e não podemos adiantar muita coisa;, ponderou Hylo Marques.
A polícia acredita que muitas respostas para o crime poderão ser encontradas no Colégio Maria do Carmo Lima, onde Ailene estudava. A garota saiu de casa em direção ao estabelecimento de ensino por volta das 12h45 de terça. Assistiu às aulas normalmente e deixou a escola às 17h30. A partir daí, as histórias são conflitantes. Um aluno ouvido pelo Correio garante que a jovem saiu com um rapaz de bicicleta. Já outra estudante diz ter visto a adolescente acompanhada de uma amiga, conversando próxima a uma parada de ônibus.Luto
Ontem, em memória da estudante, a direção do colégio cancelou as aulas. Uma faixa preta foi estendida no portão de entrada, em sinal de luto. Um professor, que preferiu não se identificar, disse que a comunidade escolar está chocada com o crime. ;Surpreendeu muito por ter acontecido com uma menina que era exemplo para todos. Estudiosa, tirava notas boas e não andava com más companhias. É muito difícil esboçar qualquer suspeita sobre isso;, lamentou.
Um detalhe que pode contribuir para a identificação do criminoso é o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), que apontará se ela sofreu abuso antes de ser executada. Mesmo sem o exame, de uma coisa os médicos-legistas têm certeza: Ailene recebeu uma pancada na cabeça, pois apresentava afundamento de crânio. O corpo da vítima também tinha sinais de estrangulamento. Outra hipótese, menos provável, é que ela tenha se afogado. Ao lado do corpo estava o material escolar usado por ela nas aulas. Ela também trajava o uniforme do colégio quando foi encontrada morta.
A vítima
Era considerada tímida por familiares e amigos. Cursava o 1; ano do ensino médio no Colégio Maria do Carmo Lima. Em sua turma, se destacava pelas notas altas. Morava no bairro Jardim Barragem III em Águas Lindas. Segundo vizinhos, não tinha inimigos.