Cidades

Provocado por garotos, enxame invade o Centro de Ensino da 214 Sul

Meninos pegavam mangas. Quatro pessoas foram levadas ao hospital, entre elas o vice-diretor, mas passam bem

postado em 06/11/2010 08:00
Uma prática aparentemente inofensiva acabou em acidente, ontem, no Centro de Ensino Fundamental 214 Sul (CEF 214). Dois alunos que tentavam pegar mangas em uma árvore em frente ao colégio teriam acertado, acidentalmente, uma caixa de abelhas com uma pedra. Após o ocorrido, o enxame invadiu o bloco onde os estudantes ingressavam para as primeiras aulas do turno matutino. Cerca de 20 pessoas levaram ferroadas. Pelo menos quatro vítimas foram encaminhadas para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) após serem atacadas, mas passam bem. Uma delas, o vice-diretor da instituição, Marco Antônio da Silva Campos, tentou proteger os alunos, mas acabou sendo picado em várias partes do corpo. Apesar disso, foi ele quem acionou o socorro.

De acordo com informações da Central Integrada de Atendimento de Despacho (Ciade) do Corpo de Bombeiros, dois carros da corporação foram encaminhados para o local às 13h20 de ontem. Entretanto, minutos depois, foi solicitada uma ambulância para atendimento dos feridos, que incluíam dois profissionais da corporação, também atacados pelas abelhas durante a atuação.

;Esse tipo de caso é comum. Isso acontece muito, principalmente no Plano Piloto, que é bem arborizado. Esses enxames são de passagem, e ficam muito agressivos quando atacados, por isso é complicado manejá-los;, explicou o capitão Macedo, do Corpo de Bombeiros. ;Os profissionais tentaram proteger os alunos, levando-os para uma sala fechada. Depois isolaram e evacuaram a escola;, completou. Ainda segundo o capitão, o extermínio dos insetos só é realizado em último caso. Na noite de ontem, os profissionais visitaram novamente o local para tentar realizar o manejo do enxame.

As aulas foram suspensas após o incidente. A diretora da instituição, Natércia Ribeiro Paiva, informou que a rotina dos alunos volta ao normal na segunda-feira. Ela não estava no CEF 214 no momento do acidente. ;Eu tinha acabado de sair para almoçar e fui avisada depois. Mas não acredito que tenha sido intencional, acho que queriam pegar manga verde, o que é comum nessa época. Pedimos apenas que os pais dos alunos mantenham seus telefones, principalmente os fixos, atualizados, porque sempre temos a dificuldade de localizá-los em momentos como este;, alertou.

Um grupo de 10 alunos presenciou o ataque e, para fugir das abelhas, correu em direção à estação do metrô da 114 Sul. Diferentemente da diretora, eles acreditam que a colmeia, que fica em uma mangueira a 20 metros da porta da escola, tenha sido atingida intencionalmente pelos colegas.

Vítimas
Em entrevista por telefone ao Correio na tarde de ontem, o vice-diretor do CEF 214, Marco Antônio da Silva Campos, disse estar se recuperando. Na ocasião, ele estava no Hran. ;Já fui medicado e estou melhor. Meu corpo todo foi picado, principalmente a parte de cima do tronco: rosto, pescoço, braços;, detalhou. ;Tudo não passou de uma brincadeira de crianças querendo pegar manga;, acrescentou.

A mãe de uma aluna também foi surpreendida pelas abelhas. Elas entraram no veículo da mulher. A dona de casa Zilma Alves dos Santos, 40 anos, teve o rosto atingido pelas picadas e permanecia no Hran até a noite de ontem. ;O médico pediu que ela repousasse. O rosto ficou muito inchado;, informou o marido de Zilma, o policial Reginaldo Felix, 39 anos. A filha do casal, de 10 anos, também sofreu ferroadas no braço e na mão, mas passa bem.

400 alunos
O Centro de Ensino Fundamental da 214 Sul possui cerca de 400 alunos que estudam em dois turnos: matutino e vespertino. No horário do incidente, cerca de 160 deles estavam no colégio. Eles cursam a 5; série do Ensino Fundamental e têm entre 11 e 14 anos. Segundo a diretora da instituição, essa foi a primeira ocorrência envolvendo ataque de abelhas na escola.

FIQUE LIGADO

De acordo com o Corpo de Bombeiros, em casos envolvendo abelhas os profissionais devem estar trajando roupas adequadas, semelhantes à dos apicultores. Ela possui uma proteção na cabeça, tela no rosto, tecido grosso cobrindo o corpo, incluindo mãos e pés. ;A pessoa não tem nenhuma parte do corpo exposta. Quando as abelhas estão agressivas, nem com o traje é fácil manipular. O que tem que ser feito é o isolamento do local e o afastamento das pessoas;, informou o capitão Macedo. Pessoas surpreendidas pelos insetos devem procurar abrigo em locais fechados. A corporação recomenda às vítimas buscar atendimento médico adequado e não se medicar, visto que muitas pessoas podem apresentar reações alérgicas.

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