Cidades

Propostas da CEB são rejeitadas por grevistas e movimento continua

postado em 06/11/2010 08:00
Mesmo após quase três horas de reunião entre os funcionários e a diretoria da Companhia Energética de Brasília (CEB), nenhuma proposta feita pelos patrões foi considerada boa o suficiente para interromper a paralisação dos servidores que entra hoje no quarto dia. Segundo o presidente do Sindicato dos Urbanitários do DF (Stiu-DF), Jeová Pereira, a CEB não alterou a oferta de 5% de aumento salarial feita inicialmente e aumentou em R$ 200 o valor do abono salarial, estabelecido até então em R$ 1 mil. A categoria exige 24% de reajuste, R$ 5 mil em abono e reestruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).

O sindicato também entrou na tarde de ontem com recurso na Justiça do Trabalho contra o pedido de dissídio proposto pela CEB. ;Hoje para que haja decisão por dissídio, é preciso que ambas as partes estejam de acordo. Nós não estamos. No ano passado, nós entramos com o pedido e a CEB não quis. Queremos seguir negociando;, disse Pereira. A previsão é que um juiz intime as partes para uma reunião conciliadora na terça ou na quarta-feira.

Além do dissídio, a CEB recorreu à Justiça para pedir a ilegalidade da greve. A companhia sustenta que os grevistas não estão respeitando a manutenção do efetivo mínimo obrigatório de 30% em períodos de paralisação e que não estão honrando o acordo firmado no fim do ano passado. De acordo com a diretoria da estatal, apenas 44 dos 1,3 mil funcionários, entre concursados e terceirizados, estão trabalhando. Até ontem, a média de espera pelo atendimento ao consumidor era de seis horas ; a empresa afirma que apenas 10 das 71 duplas de eletricistas responsáveis pelas visitas às casas dos assinantes estão trabalhando.

O presidente da estatal, Carlos Leal, declarou, quinta-feira, que a paralisação dos trabalhadores preocupa. Segundo ele, alguns consumidores estavam ficando sem fornecimento de energia elétrica.

O sindicato desmentiu a informação e garantiu que os serviços básicos estão mantidos. Mesmo assim, caberá à Justiça do Trabalho avaliar se houve abusos durante o período de greve, o que pode render multas ao sindicato. Ainda não há previsão para o julgamento da legalidade da greve. Descartada a opção de dissídio, a esperança dos trabalhadores é uma possível reunião hoje entre o presidente da CEB, Carlos Leal, e o governador do Distrito Federal, Rogério Rosso. ;Estamos apostando que um acordo melhor saia desse encontro;, disse Pereira.

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