Cidades

Alunos especiais participam da 1ª edição da Regional de Ensino de Samambaia

postado em 11/11/2010 21:47
Do Hino Nacional Brasileiro a Thriller, passando por danças típicas e canções evangélicas. A variedade tomou conta do Festival de Samambaia (FestSam), evento promovido na tarde desta quinta-feira (11/11) pela Diretoria Regional de Ensino (DRE) da cidade, com a presença de oito escolas públicas locais, no Centro Educacional (CED) 123. Na quadra esportiva repleta de alunos, a euforia não deixava espaço para nenhum segundo de silêncio. Entre gritos e aplausos, os estudantes compartilharam os trabalhos artísticos desenvolvidos ao longo do ano.

"Como muitas escolas já desenvolviam atividades culturais, decidimos congregar essas várias expressões em um único evento", explicou o diretor da DRE, Evanilson Araújo Santos. O tema escolhido foi A paz se faz com arte. De acordo com Santos, a estratégia de se utilizar a criatividade no combate à violência tem por meta a sensibilização das escolas. "O objetivo é trazer a cultura da paz para a escola por meio da descoberta de talentos", afirmou a chefe do Núcleo de Desporto na Escola e Comunidade, Maria das Dores Lisboa.

Os participantes puderam levar para fora dos muros de suas respectivas escolas tudo o que aprenderam e ensaiaram ao longo do ano, em um momento de confraternização. A professora de artes do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 304, Luciana Castro, por exemplo, exibiu coreografias de seus alunos com dois grupos: um de tango e um de carimbó, dança típica da região Norte. Caracterizados, arrancaram gritos ; e suspiros ; do público presente.

Os ensaios duraram cerca de um mês e meio, nas aulas de artes e educação física. "Nunca usamos músicas pejorativas, é sempre algo construtivo. Assim, tiro meninos da rua, da internet, de namoros, e as meninas ainda emagrecem para dançar", conta Luciana, que também ministra aulas de teoria da música para auxiliar na preparação dos alunos para provas como do Programa de Avaliação Seriada (PAS). Segundo ela, o CEF 304 conta este ano com 23 grupos de estilos variados de dança, como salsa, merengue e lambada.

Aos 16 anos, Melissa Yngrid da Costa, aluna do 1; ano do ensino médio do CEF 427, deixou de queixo caído quem a viu cantar a música Recomeçar, de Aline Barros. Dona de uma voz imponente, tem o talento no DNA. "Todo mundo na família é músico. Canto desde uns 4 anos." Ao descer do palco, foi rodeada por amigas e professoras, que a parabenizavam. "Sempre existe um constrangimento, mas a gente tem que mostrar tranquilidade para o público", afirma, com confiança de profissional, apesar de os ensaios serem mesmo debaixo do chuveiro.

Inclusão

"Ele tem talentos que a gente está tentando valorizar", explica Evanilson Santos. A referência é a Thiers Louis dos Santos, jovem de 24 anos, aluno do CEF 312 e autista. No palco, o talento que exibe ao saxofone, instrumento que toca há cinco anos, é de alguém plenamente dotado de suas capacidades. "Ele não fica tímido nem nervoso. Adora glamour", conta a mãe, a dona de casa Lélia Maria dos Santos, 53 anos, sem esconder o orgulho e a alegria. "Eu sou a torcedora do meu filho, sempre o coloco para cima", garante.

Lélia acompanha o filho até a escada do palco e, de baixo, assiste sorridente à apresentação de Thiers, na abertura do FestSam, ao som do Hino Nacional Brasileiro. Ela destaca que o jovem também sabe tocar violão. "Aprendeu com o pai e tem facilidade porque adora música", conta. O participante se esbalda no palco e desce realizado, dizendo "parabéns" a quem o cumprimenta. Também é atleta: nas Olimpíadas da Cidade, organizadas pelo Correio, já conquistou duas medalhas de ouro e duas de prata.

O FestSam teve ainda uma apresentação musical (Entra na minha casa, de Regis Danese) e uma de dança (o famoso Thriller, de Michael Jackson) realizadas por alunos portadores de necessidades especiais. Para o ano que vem, os planos da DRE vão repetir a dose, e com direito à premiação aos melhores grupos participantes.



HIPERTEXTO

Leio e Escrevo meu Futuro

O CED 123 é uma das 209 escolas participantes do projeto de educação Leio e Escrevo meu Futuro, do Correio Braziliense, que recebe apoio da Secretaria de Educação do GDF. Diariamente, os colégios recebem exemplares do jornal, que são utilizados como instrumento pedagógico. Para saber mais sobre o projeto, acesse www.leioeescrevomeufuturo.com.br e siga o perfil @Leioeescrevo no Twitter.


EU FUI

"Estou achando muito interessante. Gostei principalmente das danças e da apresentação de saxofone".

Wallace Lima Silva, 15 anos, aluno da aceleração do CED 123.


QUADRO

Escolas participantes do FestSam


. Escola Classe 111

. Centro de Ensino Especial 1

. CEF 312

. CEF 404

. CEF 427

. CEF 504

. Centro de Ensino Médio 304

. Centro Educacional 123

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