Entre outubro e novembro deste ano, 11 bebês recém-nascidos morreram na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Regional da Asa Sul (Hras). Cinco óbitos ocorreram no primeiro mês, e as outras seis em novembro. Os bebês moreram após contaminação por duas bactérias: Klebsiella e Serratia. Por mais que a primeira seja a mesma da conhecida KPC, o diretor-geral de Saúde da Regional Sul, Alberto Henrique Barbosa garantiu que não há contaminação por KPC dentro da Neonatal do Hras.
Segudo o diretor-geral, a contaminação pelas duas bactérias é grave. "Mas elas não podem ser comparadas à KPC. Além disso, existe tratamento para combatê-las, embora seja difícil e longo", afirma Alberto. Ele espera ainda que os insumos necessários e que estão em falta chegem à unidade de saúde até a próxima terça-feira (16/11).
De acordo com o diretor-geral, Os bebês que vão às UTIs Neonatais já estão em situação de baixa resistência, muitos deles são pré-maturos e isso os torna mais sucetíveis a infecções. Além disso, a Neonatal do Hras tem um problema de superlotação. "Hoje, a UTI tem uma capacidade de 30 leitos, mas trabalha com o atendimento de 36 a 38", disse Alberto.
Segundo Aberto Henrique, para piorar a situação, não há profissionais de saúde suficiente. "Teria que haver um médico e um enfermeiro a cada cinco leitos. No caso do Hras seriam necessários mais 30 médicos para operar na capacidade prevista do hospital, que é de 45 leitos. Mas isso não acontece por falta de profissionais", contou o diretor-geral.
A Neonatal do hospital continuará com acesso restrito aos casos mais graves. O atendimento só será normalizado assim que o controle de infecção hospitalar do Hras constatar que houve diminuição nos níveis de contágio. De acordo com a Regional de Saúde, já foram tomadas medidas para conter a contaminação.