Guilherme Goulart, Adriana Bernardes
postado em 17/11/2010 08:10
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A delegada Mabel adiantou que o trabalho pericial deu chance à polícia de confirmar a dinâmica do crime e revelar a quantidade de pessoas no momento em que o casal de advogados e a empregada da casa perderam a vida. Segundo ela, além de Adriana, duas pessoas ; um homem e uma mulher ; estiveram na cena dos homicídios. Isso indicou, ainda de acordo com Mabel, que Adriana pode ter agido diretamente na morte de uma das vítimas. ;O laudo nos aponta que Adriana chegou depois deles. Mas Adriana poder ter esfaqueado a Francisca? Pode;, explicou.
A reportagem conversou com a delegada responsável pelo caso ontem à tarde. Mabel ainda não tinha dados detalhados sobre a prisão em Minas Gerias do ex-porteiro do Bloco C da 113 Sul. Mas não descartou a hipótese de o antigo funcionário do prédio dos Villela ser o homem envolvido no triplo assassinato. ;Estou à espera de mais informações;, disse. Leonardo prestou esclarecimentos à Corvida em abril deste ano. Os policiais candangos, inclusive, coletaram impressões digitais e das palmas das mãos do ex-porteiro.
Os novos dados obtidos pela Corvida seguem as primeiras conclusões periciais divulgadas pela Polícia Civil em novembro do ano passado. A avaliação da cena deixada pelos envolvidos nas mortes das vítimas permitiu à polícia entender que pelo menos dois criminosos esfaquearam cruelmente as três pessoas no apartamento 601/602 do Bloco C. A empregada Francisca, por exemplo, recebeu os golpes imobilizada, com as mãos amarradas para trás. Já o patrão acabou atacado por duas pessoas. Maria Carvalho foi surpreendida por trás.
Defesa
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O advogado de Adriana Villela, Rodrigo de Alencastro, estranhou que a polícia tenha conseguido uma suposta prova pericial contra a arquiteta justamente no apartamento da família. Para ele, é normal que impressões digitais de filhos e netos sejam encontradas em um local frequentado por parentes das vítimas. ;De antemão, podemos assegurar que a Adriana não esteve no local do crime no momento dos assassinatos. Mesmo assim, é comum que encontrem impressões digitais de uma filha na casa dos próprios pais;, avaliou.
Alencastro também se surpreendeu com o fato de que o laudo pericial da Polícia Civil do DF tenha surgido contra a cliente dele após o indiciamento pela Corvida. ;O que me espanta é que somente agora a polícia tenha alguma prova contra a Adriana;, explicou. O defensor acrescentou que não conhece nem teve acesso ao exame técnico citado pela delegada Mabel de Faria, da Corvida. ;Não conheço esse documento;, concluiu.
Em tese, os advogados de Adriana teriam 10 dias ; a contar de 8 de outubro ; para contestar as acusações e apresentar argumentos que inocentem a arquiteta. Contudo, a contagem do prazo foi interrompida porque eles alegaram não ter tido acesso a todas as provas produzidas contra a cliente durante as investigações da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) e da Corvida. ;Estamos aguardando a remessa da degravação de interceptação telefônica e de filmagens feitas pela polícia para que a Adriana exerça o direito de defesa. Para isso, no mínimo, ela precisa é conhecer o que foi produzido durante as investigações supostamente contra ela;, defendeu Rodrigo de Alencastro.
O advogado reiterou que as suspeitas da polícia sobre ela são ;absurdas;. ;Já tínhamos essa convicção e ela foi reforçada agora, com a reviravolta do caso;, afirmou.