Como no GDF e na Câmara Legislativa, nos desdobramentos da Operação Caixa de Pandora são as imagens que mais comprometem os dois promotores de Justiça Deborah Guerner e Leonardo Bandarra, denunciados à Justiça por crimes de concussão, formação de quadrilha e violação do sigilo funcional. Registradas pelo circuito interno da casa de Deborah Guerner, gravações mostram o marido da promotora, Jorge Guerner, escondendo dinheiro em um cofre instalado no fundo falso de um armário. Ele conversa com a mulher sobre deixar no local dinheiro com origem declarada para despistar eventual ação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
O diálogo foi gravado em 29 de novembro do ano passado, dois dias depois da deflagração da Operação Caixa de Pandora. Gravações feitas por Durval Barbosa, o colaborador da Justiça e do Ministério Público, mostravam deputados e integrantes do governo recebendo dinheiro sujo. Agora, imagens feitas na casa da promotora, e exibidas ontem pela Rede Globo, são indícios de que integrantes do Ministério Público do DF também participaram do esquema. Numa das gravações, Jorge Guerner discute a possível ação policial na residência do casal, o que de fato ocorreu duas vezes em junho e setembro últimos.
Na primeira ação de busca, a PF encontrou gravações, dinheiro e documentos na casa dos Guerner, no Lago Sul. Com base nesses indícios, a PF voltou ao local. Na apreensão, havia gravações que mostram o ex-procurador-geral de Justiça do DF Leonardo Bandarra chegando de moto no local. Bandarra, numa atitude suspeita, conversa com Deborah ao pé do ouvido, desliga o celular e tira as baterias do aparelho. Bandarra se diz inocente. Deborah Guerner não comenta as denúncias.