Adriana Bernardes
postado em 19/11/2010 07:44
A confissão do ex-porteiro assumindo a autoria do triplo homicídio da 113 Sul reacendeu em Adriana Villela, 46 anos, a esperança de, finalmente, entender o que aconteceu aos pais em 28 de agosto de 2009 e por que eles foram brutalmente assassinados com a empregada da família. Adriana é filha do casal de advogados e a única indiciada, até agora, por participação no crime. No entanto, desde o dia em que passou a figurar na lista de suspeitos da polícia e mesmo depois de ser denunciada à Justiça, a arquiteta afirma ser inocente.Adriana Villela assistiu à entrevista coletiva de Leonardo Campos Alves, 44 anos, pela televisão, na noite de quarta-feira. ;De fato, parece que ele está envolvido por conta das testemunhas e provas. Entretanto, tem algumas incoerências em relação ao que hoje a gente conhece a partir do laudo do local do crime. Isso precisa ser devidamente esclarecido;, comentou a arquiteta.
A filha dos Villela se preocupa com o fato de a Coordenação de Investigação de Crimes contra a Vida (Corvida) reiterar, mesmo com a confissão do ex-porteiro, que ela teria participado do crime. ;Estou atônita em ver que a Corvida insiste, em detrimento de todos os indícios que existem da minha inocência, numa tese equivocada de que eu teria alguma participação nisso. Sou inocente e espero que nenhuma pessoa inocente seja incriminada para dar algum tipo de resposta a sociedade.;
Visita de rotina
Na fim da tarde de ontem, advogados de Adriana estiveram reunidos com o juiz do Tribunal do Júri Fábio Francisco Esteves. Ao sair do encontro, Rodrigo de Alencastro afirmou se tratar de uma visita de rotina e comentou a prisão e a confissão do ex-porteiro do Bloco C da 113 Sul. ;São fatos coerentes e essa linha não pode ser desprezada. Tive acesso a alguns dos depoimentos e, pelo que li, está fazendo sentido;. Alencastro citou ainda a apreensão do pingente em forma de folha banhado a ouro, uma das joias levadas do apartamento no dia do crime. ;A joia é um dos fatos que nos levam a acreditar que a investigação está na linha correta;, avaliou.
Na noite de quarta-feira, Adriana reconheceu a semijoia, conhecida como filigrama do cerrado, como sendo da mãe. Um ourives de Montes Claros comprou a peça de Leonardo e não a derreteu, como fez com os demais produtos, por considerá-la de menor valor.
Alencastro voltou a defender sua cliente, questionado a delegada Mabel de Faria, da Corvida, que mencionou a existência de um laudo que colocaria a ré na cena do crime, senão no momento dos assassinatos, pelo menos entre a data das mortes e a da descoberta dos corpos. ;Não há nenhuma prova pericial que ateste isso;, reiterou o advogado. Ele também afirmou que nenhuma perícia apontou que o apartamento dos Villela foi limpo logo após a tragédia para apagar vestígios dos criminosos e lembrou que impressões digitais de familiares e de vários empregados da residência foram identificadas pelos peritos.