Roberta Machado
postado em 23/11/2010 08:11
O responsável pelo assassinato de Carolina do Carmo Santos, 13 anos, chegou no fim da tarde de ontem à 26; Delegacia de Polícia (Samambaia), depois de passar quatro dias preso em Pedro Leopoldo (MG), onde estava foragido. Leandro Soares de Melo, 24, se entregou na quinta-feira passada graças a um pastor evangélico da região, que o convenceu a confessar a autoria da morte da menina, cujo corpo foi encontrado dia 11 último em um matagal da Quadra 427 de Samambaia Norte. Desde o desaparecimento da menina, no dia 7 deste mês, a família mantinha suspeitas do homem, cujo relacionamento com Carolina foi descoberto somente após o sumiço da estudante.A Polícia Civil do Distrito Federal preferiu ainda não se pronunciar sobre o caso, e o delegado responsável pela investigação, Mauro Aguiar, limitou-se a dizer que novas informações seriam divulgadas somente em uma coletiva de imprensa, na manhã de hoje. De acordo com a polícia de Pedro Leopoldo, após matar Carolina do Carmo, Leandro foi de carona para a região metropolitana de Belo Horizonte, e passou a viver nas ruas da cidade vizinha à capital mineira. No último dia 18, ele confessou o crime e a polícia da cidade constatou que havia um pedido de prisão em nome dele pelo assassinato de Carolina. Leandro permaneceu detido no Presídio de Pedro Leopoldo até que a polícia brasiliense concluísse os trâmites necessários para buscá-lo em Minas Gerais.
Segundo o delegado de polícia de Pedro Leopoldo, Sérgio Belizário, o assassino se apresentou à polícia por influência de um pastor ainda desconhecido, que o aconselhou a assumir o crime. ;Ele confessou que tinha matado essa moça por nada, e que deixou o corpo dela no mato. Ele estava tranquilo, mas com peso na consciência;, conta o delegado de Pedro Leopoldo. Leandro ainda disse à polícia que há cerca de dois meses tinha um relacionamento com a estudante 11 anos mais nova, e que não usou de meios violentos para manter relações sexuais com ela no dia do crime. Segundo ele, a menina havia autorizado o ato. O ex-foragido somente não explicou porque estrangulou a pré-adolescente, abandonando o corpo num matagal de Samambaia. A polícia do DF ainda não divulgou o resultado do laudo do Instituto Médico Legal que informará se houve violência sexual.
Suspeitas confirmadas
A prisão de Leandro Soares, também conhecido em Samambaia como Tucano, confirma as suspeitas da família e dos amigos de Carolina. Desde o desaparecimento da estudante, parte da vizinhança passou a recolher informações de testemunhas sobre a última noite em que ela foi vista acompanhada do homem com quem mantinha um relacionamento em segredo. Aos amigos, a pré-adolescente dizia que havia começado a namorar, mas não dava sinais de que mantinha relações íntimas com ele. A mãe da menina, Vera Lúcia Maria dos Santos, 43 anos, descobriu o envolvimento da filha com Leandro por meio de um site de relacionamento, somente depois do desaparecimento da estudante. ;Se eu fosse à delegacia, acho que quem mataria ele era eu. Estou com ódio da cara dele;, confessou Vera Lúcia, que preferiu não esperar pela chegada do assassino à delegacia de Samambaia.
Segundo a mãe, Carolina tinha comportamento dócil, era uma criança prestativa e bem-humorada, até passar a se envolver com meninas mais velhas da vizinhança. Essas amigas teriam apresentado a vítima a Leandro, e convencido a pré-adolescente a ir para uma festa às escondidas, onde ele a esperaria com segundas intenções. De acordo com vizinhos, a estudante foi vista pela última vez às 4h do último dia 7, antes de desaparecer.
A família de Carolina diz acreditar que Leandro não é o único responsável pela morte da menina. ;Todas as mentiras dele serão descobertas. Ele não agiu sozinho, todo mundo sabe disso;, assegurou uma amiga da família, que não quis se identificar. ;Veremos todos os culpados dessa história, nem que seja preciso rever os depoimentos das amigas dela, que sabem de coisas que nós não sabemos;, disse. Os vizinhos e amigos de Carolina planejam realizar uma carreata em 6 de dezembro, quando fará um mês desde a última vez que viram a menina com vida. A manifestação deve ocorrer na expansão de Samambaia, onde morava a estudante.