postado em 23/11/2010 08:23
O ano nem terminou e os motoristas do Distrito Federal ultrapassaram o marco de infrações registradas em todo o período de 2009. As estatísticas do Departamento de Trânsito (Detran) mostram que, de janeiro ao último sábado, a quantidade de autuações em pelo menos sete problemas diferentes aumentou. O número de condutores flagrados sob o efeito de álcool subiu de 6,8 mil para 8,7 mil. Passageiros sem cinto, falta do uso da cadeirinha para as crianças e uso de celular também fazem parte das irregularidades que cresceram (veja quadro).Mesmo com mais de um mês para o fim de 2010, a quantidade de multas aplicadas até agora pelo Detran e pela Polícia Militar também superou o total do ano passado inteiro. Em 2009, os responsáveis pela fiscalização emitiram 1,59 milhão de multas, contra 1,67 milhão de autuações em 2010. A diferença é de mais de 83 mil notificações e punições aos motoristas que saíram da linha.
Quando o assunto é beber ao volante, os números assustam. De 2009 para 2010, a média saltou de 18 para 29 condutores enquadrados na lei seca por dia. O diretor de Segurança do Trânsito do Detran, Silvain Fonseca, explica que os dados se superam a cada ano por conta da estratégia das operações de todo o Distrito Federal. ;Houve uma mudança de critério de fiscalização;, enfatiza. ;Os motoristas estão sujeitos ao bafômetro em todos os tipos de abordagens. As pessoas se enganam ao pensar que as blitzes não existem mais porque saíram do foco da mídia.;
Os usuários de veículos do DF desenvolveram técnicas para fugir dos cones e dos apitos dos agentes de trânsito. Fonseca conta que, em geral, a população mudou de comportamento. ;As pessoas passaram a beber mais perto de casa, na tentativa de evitar a fiscalização. Mas não adianta e elas acabam sendo surpreendidas. As ações do Detran e da PM ocorrem com frequência em todas as regiões administrativas;, garante.
Concentração
As estatísticas batem recordes em quesitos com punições mais brandas, mas que expõem os motoristas a riscos tão perigosos quanto os de quem dirige embriagado. Cerca de 37 mil pessoas foram pegas com uma mão no celular e outra no volante durante este ano ; 8 mil a mais do que o registrado nos 12 meses de 2009. O universitário Arayan Albuquerque, 22 anos, diz ter sorte de não fazer parte desses números. ;Em casos de emergência, não deixo de atender um telefonema. Os problemas mais graves são correr muito ou beber antes de entrar no carro;, avalia.
Considerada uma infração média, a punição de quem faz uma ligação enquanto guia um carro merece mais severidade, na opinião de Fonseca. ;O celular tira a concentração do condutor e é tão grave quanto dirigir sob influência de álcool. É preciso que se torne uma penalidade mais grave.;
Os números de infrações registradas podem significar melhorias para a cidade. ;As autuações são formas de conscientizar o motorista. Além de promover a paz no trânsito, elas contribuem para a redução dos gastos nos hospitais, para a segurança pública e para que o governo possa investir em projetos de melhorias sociais;, observa o diretor de Segurança no Trânsito do Detran.