postado em 26/11/2010 07:42
A delegada Mabel de Faria, da Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida), presidente do inquérito sobre o triplo assassinato, rebateu as declarações do defensor da arquiteta Adriana Villela, Rodrigo Alencastro. O advogado da filha do casal fez considerações sobre o novo depoimento prestado pelo ex-porteiro Leonardo Campos Alves na última terça-feira e disse ver com ;extrema reserva; o novo depoimento do ex-funcionário, que acusou a arquiteta de ter encomendado a morte dos pais. A delegada afirma que o novo depoimento foi prestado ao delegado Luiz Julião Ribeiro, que também integra a Corvida, sem que ela tenha participado do interrogatório, uma vez que já se encontrava na cidade de Montalvânia, onde chegou na última segunda-feira.;Então, nesse caso, não tem como falar que estou tentando chancelar conclusões precipitadas, pois não estou falando com o Leonardo. Quem colheu o novo depoimento dele foi o delegado Julião Ribeiro, que é reconhecido com um dos melhores investigadores do Distrito Federal, tanto é que ele, inclusive, leciona matéria a respeito dessa área em cursos da Policia Federal;, rebateu Mabel.
O advogado de Adriana Villela considera que as autoridades policiais envolvidas na apuração do caso têm agido para chancelar conclusões precipitadas sobre a suposta participação da filha do casal no crime. ;Esses fatos novos só corroboram o nosso pedido de suspeição da autoridade policial (Mabel) que agora tenta, novamente, incluir Adriana na cena do crime; disse Alencastro. A defesa de Adriana também contesta a única prova material que existe contra ela: o laudo que, segundo a polícia, atesta que a arquiteta esteve no apartamento dos pais entre 28 e 31 de agosto.
Sem dúvidas
Para a delegada, não há como duvidar do laudo que indica a presença da filha do casal no apartamento na noite e nos dias seguintes ao assassinato dos pais e da empregada da família. A defesa de Adriana alega que é natural que fossem encontradas digitais da arquiteta no apartamento, pois, como filha de José Guilherme e Maria Villela, ela era uma habitual frequentadora do local. ;Acontece que o laudo revela a idade do fragmento, ou seja, a data em que ele foi produzido. A Adriana diz que o último dia em que ela esteve no apartamento foi 13 de agosto. Mas o laudo atesta que o fragmento não foi produzido naquela data, com absoluta convicção;, assegura Mabel.
Mabel de Faria lembra que o documento foi produzido pelo Instituto de Identificação do Distrito Federal, que é reconhecido em todo país como ;um instituto de excelência na perícia de impressão digital;. Além disso, disse, o laudo contou com a colaboração da Universidade de Brasilia (UnB). ;É um trabalho científico que pode ser testado a qualquer hora por quem quer que seja;, observou. ;Se um trabalho desse, que contou com a colaboração de uma universidade onde se produz ciência não se trata de um trabalho científico, então, o que seria trabalho científico? Somente a Adriana, em face de tudo, é a vítima? Diante disso eu só sei dizer que a Adriana é muito azarada;, comentou a delegada da Corvida.
Além das críticas à atual chefe das investigações, na última segunda-feira, os defensores de Adriana Villela pediram ao Tribunal de Justiça do DF o afastamento da delegada sob o argumento de que ela não apura o caso com imparcialidade.