Cidades

Pai acusa hospital de Santo Antônio do Descoberto por morte de criança

postado em 26/11/2010 12:29

Uma menina de 5 anos morreu na manhã desta quinta-feira (25/11) no Hospital Municipal de Santo Antônio do Descoberto (GO). Segundo depoimento prestado pelo pai da criança no Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) do município, a morte da filha foi causada por falta de atendimento médico.

Os pais de Amanda Rillery Souza Santos teriam procurado o hospital três vezes só na quarta-feira (24/11): uma pela manhã, uma à tarde e uma à noite. Em nenhuma das ocasiões teria recebido atendimento, pois não havia médicos. A família voltou para casa após as tentativas frustradas, sem que os sintomas da filha tivessem desaparecido ; a menina continuava com febre e vomitando em intervalos de tempo muito curtos.

No dia seguinte (quinta-feira, 25/11), os pais procuraram o hospital novamente e, desta vez, teriam conseguido atendimento, mas a menina não resistiu e acabou morrendo. A equipe médica tentou reanimá-la, mas Amanda já estava morta.

Falha no plantão

O diretor clínico do hospital, Rodrigo Morais, diz que os médicos do plantão de quarta-feira não foram ao trabalho. Eles o avisaram tardiamente que faltariam, comprometendo a substituição do plantão. "Quando fui avisado que não tinha médico no hospital, saí do meu outro trabalho, na Esplanada, peguei meus equipamentos em casa e me dirigi ao hospital. Foi só o prazo que eu fique no trânsito para chegar até lá. Você sabe que não pode confiar em colega porque nem todos tem o mesmo comprometimento que você", justifica Morais.

O quadro clínico de Amanda já era complicado. Ela sofria de cardiopatia e paralisia cerebral, não andava, nem falava. "A minha parte eu fiz. Fui imediatamente suprir a falta de médico, tanto que atendi muitas outras crianças naquele dia. De acordo com os relatos de colegas, porque eu não tive acesso ao prontuário da menina, o quadro dela já era complicado", esclarece o diretor.

Após o episódio da morte da menina, Rodrigo Morais se demitiu do hospital. Segundo ele, o estabelecimento não tem estrutura para oferecer atendimento de qualidade. "É um problema de administração pública", critica.

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