Cidades

Ex-estudantes do Colégio Dom Bosco se encontram depois de 37 anos

Juliana Boechat
postado em 28/11/2010 08:04
Os ex-alunos da antiga 4ª série do ginásio de 1973 vestiram uniformes e mataram a saudade: emoçãoAo passar pelos portões do Colégio Dom Bosco, na manhã de ontem, homens e mulheres de quase 50 anos reviveram o passado. Depois de 37 anos, ex-alunos do 9; ano ; a antiga 4; série do ginásio ; se reencontraram na escola. A vontade de voltar no tempo era tanta que os participantes usaram uniforme, tiraram fotos, hastearam a bandeira nacional e rezaram antes de irem para a classe, como costumavam fazer nos tempos de criança. Eles até assistiram a uma aula na Sala 101 da então 4; Série A. Abraços apertados, lembranças de momentos especiais e olhares emocionados marcaram o primeiro contato dos antigos amigos. Além de alunos, o coordenador de disciplina e um professor de geografia marcaram presença no encontro. A confraternização seguiu durante a tarde, em um churrasco no Lago Norte.

Esta é a terceira tentativa de reunião da 4; A de 1973 ; e a primeira bem sucedida. Há 15 anos, Vicente Landim de Macedo Filho pegou a lista das turmas na secretaria da escola e procurou os ex-colegas de classe. O primeiro encontro reuniu menos de 10 pessoas. Há quatro anos, ele tentou novamente e conseguiu juntar umas 20. Desta vez, Vicente contou com a ajuda da internet. Ele encontrou 41 ex-alunos em redes sociais, inclusive alguns que se mudaram para outros estados. ;Até abri um perfil na internet para me comunicar com eles. Ainda chamamos pessoas que estudaram com a gente só em um período. Só não achamos três pessoas. Mas até quem mora fora de Brasília veio prestigiar o encontro;, comemorou Vicente.

Marcelo Dourado era um dos mais animados. ;Este será um dia inesquecível e raro;, discursou, ao microfone, com lágrimas nos olhos. Com boa memória, ele se lembra de detalhes da viagem da turma para o Sul do Brasil, em 1973. ;Fomos de ônibus até Foz do Iguaçu e Paraguai. Foram 10 dias juntos o tempo todo, foi maravilhoso. Lá começaram os primeiros namoros, as primeiras experiências e as paixões não reveladas;, confidenciou. Na época, ele era apaixonado pela colega Ana Beatriz Feijó, que não sabia disso até ontem. ;Ela me perguntou: por que você não disse isso antes? E morremos de rir;, contou.

Em 1973, apenas 10 meninas estudavam em uma sala de 40 pessoas. A escola tradicionalmente masculina autorizou a matrícula de mulheres a partir de 72. Rita Passos, 51 anos, era uma delas. ;Éramos as queridinhas deles;, contou. Mas, segundo o coordenador de disciplina, Hernandes Liberal Veras, 60 anos, mais conhecido como Baiano, os meninos gostavam de espiar pelos portões do colégio vizinho, o Maria Auxiliadora, só de mulheres. ;Eles aprontavam muito, mas era tudo inocente. Não havia drogas e violência dentro da escola, como hoje em dia;, lembra, saudoso. O então professor de geografia, José Ribamar Oliveira Madeira, 74, lembra com carinho a época: ;Em uma véspera de São João eles minaram o chão com bombinhas. Por onde eu passava, ouvia os estouros. Foi uma gozação só;.

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