Cidades

Festival em escola pública resgata histórias da instituição com arte

No encerramento do 1º Fest Gisno, os alunos também fizeram mutirão para construir a Praça do Estudante

postado em 29/11/2010 08:05
O 1ºFest Gisno teve a apresentação de 13 peças e 14 vídeos produzidos pelos estudantes: histórias do dia a diaUm verdadeiro batalhão foi armado no Centro Educacional Gisno, na 907 Norte, para mostrar a comunidade, alunos e professores a importância da valorização da escola pública no Distrito Federal. O grupo trabalhou por mais de um mês para resgatar as histórias da instituição, apresentadas em forma de teatro e vídeos produzidos pelos alunos no 1; Fest Gisno, o primeiro festival de arte e cultura da unidade de ensino. Mas o evento não se restringiu ao auditório do colégio. A celebração no centro de ensino médio se encerrou na tarde de sexta-feira em um mutirão para revitalizar a escola. ;Este é um dos eventos mais legais e importantes do qual já participei;, confessou a jovem Bruna Pereira, aluna do 1; ano. Mais do que um espaço de confraternização dos estudantes, o grupo formado por 80 pessoas passou a tarde reconstruindo a identidade da escola.

Armados de muita disposição, uma porção de ferramentas, pincéis e latas de tinta, os alunos da instituição contaram com o apoio de voluntários, artistas e especialistas em educação ambiental para construir a Praça do Estudante do colégio. A reforma de uma das áreas abandonadas foi proposta por alunos do Instituto Federal de Brasília (IFB), que também têm as aulas ministradas nas dependências do Gisno e colocaram a mão na massa para transformar a escola. ;Estamos neste espaço temporariamente, até que a sede do IFB seja construída, com previsão para o ano que vem. Mas antes disso, queríamos deixar nossa marca na escola e mostrar aos alunos que é possível fazer algo bom por nós mesmos;, explica Agatha Marinho, 17 anos, aluna do curso técnico de eventos do IFB. ;Acho muito importante que aprendamos a melhorar nossa escola e que todos participem, afinal é para nosso próprio bem;, disse Camila Prates de Amorim, 16, matriculada no 1; ano. ;Vim ajudar porque acho que nosso ambiente pode ser mais agradável e bonito.;

Durante a tarde, estudantes do Gisno e do IBF aprenderam com voluntários a plantar árvores e uma horta, reaproveitar restos de madeira na construção de um piso de mosaico, confeccionar bancos com garrafa pet e a pintar a escola com tinta feita a base de terra vermelha e cola. Salomão Machado era um deles. Especialista em bioconstrução e agroflorestas, ele ajudou os alunos a plantar mais de 10 mudas de árvores. ;Temos ipês, aroeiras e frutíferas. Os jovens vão ajudar a furar a terra, adubar e aplicar as mudas. Tem trabalho para todo mundo;, brincou Salomão.

Para Aléssio Trindade, reitor do Instituto Federal, ver o grupo trabalhando foi emocionante. ;Este é um dos eventos mais importantes dos quais participei. Ver nosso papel como multiplicadores da educação ser cumprido, ao promovermos a integração da comunidade na escola, nos mostra que estamos construindo um caminho positivo;, afirma.

Arte e orgulhoAlunos trabalham na revitalização de área abandonada: piso com restos de madeira e tinta à base de terra
A festa também foi marcada pelo último dia do 1; Fest Gisno. Após semanas de ensaios e filmagens, o auditório do CED Gisno ficou abarrotado de jovens ansiosos para conferir as 13 peças e os 14 vídeos produzidos pelos alunos. Glória Teixeira, professora de artes, é a responsável pelo festival. ;A proposta do evento é divulgar os excelentes trabalhos dos estudantes e explorar histórias do dia a dia da escola;, afirma. Ela explica que os vídeos, por exemplo, buscaram mostrar temas como a preservação, noções de ecologia presentes no ambiente escolar, da importância em valorizar os servidores e as diferentes culturas presentes aqui. ;Tudo complementado com muito humor e criatividade. O resultado principal é ver os alunos aprendendo a respeitar mais a escola onde estudam;, diz a professora.

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