postado em 01/12/2010 08:23
A equipe de campanha de Agnelo Queiroz (PT) gastou R$ 17,6 milhões para elegê-lo governador do Distrito Federal. Os dados foram apresentados na tarde de ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com a prestação de contas, o petista e o vice, Tadeu Filippelli (PMDB), arrecadaram R$ 16,1 milhões nos quatro meses de campanha. O grupo terminou o processo eleitoral com saldo devedor de R$ 1,5 milhão. O custo de cada um dos 875 mil votos conquistados nas eleições foi de R$ 20,12.O governador e o vice eleitos apresentaram as contas em separado. Agnelo gastou R$ 12,3 milhões e recebeu R$ 10,7 milhões, enquanto Filippelli arrecadou e investiu R$ 5,3 milhões. Segundo a assessoria jurídica da campanha, a dívida será assumida pelo Partido dos Trabalhadores. A legislação eleitoral permite o repasse do débito sem prejuízo aos candidatos, desde que seja apresentado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) o cronograma de pagamentos.
A campanha do vitorioso deste ano foi mais cara do que a do antecessor, José Roberto Arruda (sem partido). Em 2006, o então candidato do PFL declarou ter gasto menos da metade do petista: R$ 8 milhões. Na época, o voto saiu mais barato para Arruda e para o vice, Paulo Octávio (DEM). Cada sufrágio dado à chapa pefelista custou R$ 12. A dupla recebeu 663 mil votos e venceu a disputa no primeiro turno ; o que torna a campanha mais barata.
De acordo com o balanço final da candidatura petista, as maiores despesas foram com material gráfico e com a produção dos programas para a propaganda eleitoral gratuita na televisão e no rádio. A gráfica Qualidade recebeu a maior quantia, R$ 1,1 milhão. A Fabrika Filmes aparece logo em seguida na planilha de credores, com R$ 990 mil, seguida da A.G.E. Produções (R$ 956 mil) e da Quality Fotolito (R$ 797 mil). A equipe jurídica também figura entre as maiores despesas. Foram gastos R$ 844,6 mil com profissionais de dois escritórios de advocacia.
Financiadores
O maior financiador da campanha de Agnelo foi o próprio Diretório Nacional do PT. O comando petista repassou à candidatura local R$ 5,6 milhões, um terço do total gasto. Entre as empresas privadas, a Galvão Engenharia aparece como a maior doadora direta de recursos ao candidato, com R$ 500 mil. A distribuidora carioca de gêneros alimentícios Leyroz de Caxias repassou R$ 320 mil. Outras quatro empresas aparecem com repasses de R$ 300 mil: Avansys Tecnologia, Hypermarcas, M Brasil e Serveng Civilsan.
Ontem, foi o último dia de prazo para apresentação final das receitas e despesas de campanha para os candidatos que participaram do segundo turno. Até o fechamento desta edição, a página do TSE na internet não havia apresentado os dados da candidata derrotada Weslian Roriz (PSC). Segundo a assessoria do tribunal, os valores são divulgados automaticamente no site logo após a coordenação da campanha enviá-los eletronicamente.
As contas serão julgadas pelo TRE-DF. Caso não haja aprovação, os políticos serão impedidos de tomar posse ou de concorrer em novas eleições. O órgão deve publicar a decisão dos julgamentos dos dados dos candidatos eleitos até oito dias antes da diplomação, que ocorrerá em 15 de dezembro.