Cidades

Ex-presidente do grupo Paulo Octávio estaria ligado a extorsão de Arruda

postado em 02/12/2010 23:54
O Ministério Público Federal abriu nova denúncia contra o casal Deborah e Jorge Guerner e o ex-procurador geral, Leonardo Bandarra. Desta vez, em uma acusação por extorsão do então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, um quarto nome foi envolvido, Marcelo Carvalho, ex-presidente do grupo Paulo Octávio. Eles teriam ameaçado Arruda de divulgar imagens do esquema de corrupção deflagrado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.

Os quatro foram acusados com base em novas gravações feitas na casa dos Guerner, com câmeras escondidas e grampos telefônicos. O casal teria conseguido, das mãos
de Cláudia Marques (na época, servidora do GDF) uma cópia do vídeo que incrimina José Roberto Arruda no pagamento de propina a membros do governo. Na época, o vídeo ainda não tinha sido divulgado por Durval Barbosa.

Segundo o depoimento de Arruda, Deborah Guerner cobrou R$ 2 milhões para não denunciar as ilegalidades, quantia que não chegou a ser paga.

Arruda nega envolvimento de novo suspeito

Marcelo Carvalho teria levado a promotora Deborah Guerner à residência de Arruda e participado da reunião em que ela fez a ameaça.

O advogado de Carvalho, dr. Antônio Carlos de Almeida Castro, diz que a acusação não tem cabimento. "É uma aberração jurídica, o meu cliente tem uma relação pessoal de amizade com o ex-governador", contesta. Na versão do advogado, Marcelo Carvalho teria levado Deborah à residência oficial do governador, em Águas Claras, atendendo a um pedido pessoal de Jorge Guerner.

"Os dois também são muito amigos. Na época, o Jorge queria montar uma loja da [grife italiana] Armani no Iguatemi, que é do grupo Paulo Octavio", conta Antônio Carlos. No entanto, segundo ele, a participação de Marcelo se encerra aí. "O próprio Arruda disse que o Marcelo não estava no encontro, não sei de onde o MP tirou isso", diz.

O advogado Nélio Machado, que representa José Roberto Arruda, confirma a situação apontada por Antônio Carlos. "Não posso dizer se ele sabia ou não das intenções da promotora. Mas pelo que ouvi do meu cliente, Marcelo Carvalho não ameaçou nem testemunhou qualquer ameaça", afirma.

A reportagem tentou contatar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, mas sua assessoria disse que nenhuma informação do processo poderia ser revelada.

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