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Taxa de ocupação aumenta nos hotéis da cidade com a posse dos eleitos

postado em 04/12/2010 09:57

Percio prevê alta na taxa de ocupação, mesmo duvidando que os convidados cheguem na véspera da posseGeralmente, a época das festas de fim de ano é considerada baixíssima temporada pelo segmento hoteleiro do Distrito Federal. Sem atrativos para turistas, que preferem praias, viagens internacionais e afins, a capital costuma ficar vazia no Natal e no ano-novo. Entretanto, em intervalos regulares de quatro anos, o cenário é distinto. Com essa periodicidade, ocorrem eleições gerais no Brasil, e Brasília é sede da posse presidencial, realizada sempre em 1; de janeiro do ano após o pleito. Prefeitos e governadores e parlamentares eleitos, acompanhados de familiares e comitivas, vêm ocupar os leitos vazios. A taxa de ocupação dos estabelecimentos, que oscila entre 50% a 60% ao longo do ano e cai para 30% no réveillon, chega a ficar entre 80% e 100%. Nesta virada de ano, quando a primeira mulher será empossada como chefe do Executivo federal, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no DF (Abih-DF) acredita em lotação esgotada nos hotéis mais centrais dentre os cerca de 100 existentes.

;Já está tendo pedido de reserva. Mas só devemos saber com certeza qual será a ocupação perto de 25 de dezembro. Isso porque a maioria dos hotéis tem uma política de segurar o agendamento até cinco dias antes da data em que o hóspede virá;, diz Tomaz Ikeda, presidente da Abih-DF. Ele afirma, no entanto, que o segmento espera receber público superior àquele que veio à capital federal entre o fim de 2006 e início de 2007, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse para exercer o segundo mandato. ;Na primeira posse dele (Lula), em 2002, a lotação ficou esgotada. A segunda foi só uma transição. Tivemos ocupação de 80%, 90%. Acreditamos que a posse da Dilma Rousseff vai atrair bastante gente. Os políticos vão querer prestigiar a nova presidenta;, comenta.

Ikeda acredita também que a quantidade de novos parlamentares eleitos para o Congresso Nacional ; Câmara e Senado tiveram índices de renovação de 44% e 64%, respectivamente ; contribuirá para que a cerimônia da posse seja concorrida.

Dono do Garden Park Hotel, o presidente da Abih-DF informa que, em princípio, o estabelecimento não está preparando nenhum evento de réveillon para os visitantes que virão assistir à posse presidencial. ;Alguns hotéis fazem tradicionalmente. O meu, não. Até porque deve ter jantar de partido, e o governo federal pode organizar alguma coisa;, diz.

Preparativos
No Meliá Brasil 21, uma das unidades da cadeia internacional de hotéis Sol Meliá, 50% dos apartamentos reservados para a festa da posse. Além disso, quatro delegações internacionais confirmaram presença para o evento. A expectativa do conglomerado é trabalhar com ocupação média de 80% na posse de Dilma Rousseff. Os dois restaurantes do Tryp Convention ; Miró e Dali ; farão ceia de ano-novo. Nas outras casas, dependerá da demanda.

O gerente de vendas da rede no DF, Percio Mello Júnior, lembra que quem vier para acompanhar a posse não chegará, necessariamente, antes para passar a virada do ano em Brasília. Deverá desembarcar na manhã de 1; de janeiro.

;Contamos principalmente com governadores e seu staff, e com as delegações estrangeiras;, afirma o gerente. Ele conta que na primeira posse de Lula, entre 2001 para 2002, a ocupação foi máxima no Tryp Brasil 21, à época, o único hotel da rede aberto. De 2006 para 2007, quando o atual presidente foi reeleito, o Tryp Brasil ficou 77% ocupado, e o Meliá, aberto havia pouco tempo, preencheu 47% dos leitos.

Salete Soares, gerente comercial da rede Plaza Brasília Hotéis, relata que as quatro unidades ; Kubitscheck Plaza, Manhattan Plaza, Brasília Palace e St.Paul Plaza ; estão às voltas com reservas para a cerimônia da posse. Duas delas, Brasília Palace e Manhattan, farão jantar de ano-novo caso a ocupação prevista se concretize. ;Se eu trabalhar com 80% (de preenchimento) já é excelente para 31 de dezembro. A procura fica sempre abaixo da média anual nessa data;, informa.

Ao longo do ano, a ocupação média nos hotéis de Brasília fica em 58%. Os dias úteis são mais movimentados do que os fins de semana. De terça a quinta-feira, parlamentares e pessoas que estão na capital a trabalho lotam os estabelecimentos. As diárias são mais caras do que no fim de semana, fenômeno inverso ao que ocorre em outras cidades. De acordo com a última medição, capital federal oferecem 22 mil leitos.

Cerimônia
A posse de Dilma Rousseff como presidente da República deve ser às 14h30. Cerca de 1,7 mil convidados, entre parlamentares, membros do Judiciário, ministros de Estado, representantes estrangeiros e familiares de Dilma e de seu vice, Michel Temer, devem participar da cerimônia no Congresso Nacional, onde a presidente eleita e o vice prestam, individualmente, juramento. Depois da solenidade, Dilma e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendem falar ao povo diretamente do parlatório do Palácio do Planalto.

Lojas de roupas estão preparadas
A hotelaria não é a única atividade econômica que vai beneficiar-se da posse de Dilma Rousseff. As lojas da cidade especializadas em ternos preparam-se para receber um grande fluxo de clientes.

;O fim de ano é uma época em que nossos clientes renovam o guarda-roupa, então já existe aumento na procura. Com as eleições, o incremento será maior ainda;, diz Edivan Rodrigues de Oliveira, gerente da unidade da Brooksfield no Conjunto Nacional, que trabalha com ternos que custam de R$ 699 a R$ 5 mil. Edivan acredita que as vendas, que crescem tradicionalmente de 10% a 15% em um fim de ano local, podem aumentar até 30%.

José Roberto França, que gerencia a unidade da Via Veneto no mesmo shopping, antevê bons negócios para além da festa da posse. ;Com a renovação do Congresso, vai ter parlamentares recém-chegados montando suas equipes;, pondera. Segundo ele, em um ano comum haveria crescimento de 6% a 7% nas vendas da loja no período. Entretanto, com a realização do pleito geral, França acredita em um faturamento até 20% mais alto.

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