postado em 06/12/2010 08:10
Depois de mais de duas décadas de espera, a dona de casa Francisca Bastos Sobrinha, 50 anos, recebeu ontem a escritura da casa onde mora, na M Norte. ;Agora eu tenho o meu endereço. É a maior alegria do mundo, é como se eu tivesse ganhado na Mega-sena;, descreveu emocionada, ao lado do marido, Vicente Nunes Silva, 69. Outras 2 mil pessoas contempladas pelos programas habitacionais do DF receberam o documento dos imóveis no mutirão do GDF realizado neste domingo no ginásio do Serejinho, em Taguatinga. O presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab), César Pessoa, adiantou que outras 18 mil escrituras estão em processo de finalização e serão entregues no início do governo de Agnelo Queiroz (PT).Ao longo dos últimos seis meses, a Codhab produziu cerca de 6 mil escrituras. Mais de 4 mil proprietários não retiraram o documento. ;Muitos não foram buscar por causa do trabalho. Resolvemos realizar esse evento num domingo para acelerar a retirada. A escritura dá segurança ao morador. É o documento da cidadania;, avaliou o governador Rogério Rosso (PMDB). Quem não compareceu ao mutirão pode pegar a escritura na sede da Codhab.
Os contemplados se aglomeraram na arquibancada do estádio para esperar pelo certificado tão desejado. ;Eu cheguei a passar mal com tanta gente. Mas fiquei muito feliz em ter a escritura em minhas mãos. Antes vivia na insegurança;, disse a auxiliar de administração Dirce Maria de Almeida, 59 anos, moradora do Recanto das Emas. Ela ganhou o lote onde mora em 1989, no governo de Joaquim Roriz (PSC).
O contador Jorge Ferreira, 28 anos, não teve a mesma sorte. ;Vim ver se a escritura da casa da minha mãe em Samambaia estava pronta, mas infelizmente não foi dessa vez.; Porém, não deu viagem perdida. Aproveitou para consultar seus débitos no Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF). ;Vendi meu carro e preciso quitar as dívidas para transferir o veículo; contou. Estandes de vários órgãos do governo foram montados em frente ao ginásio para atender a população.
A cozinheira Maria Cleide Marques Santos, 57 anos, aproveitou para cobrar das autoridades agilidade na política de habitação do DF. Desde 2007 ela sonha com um lote. ; Não aguento mais pagar R$350 de aluguel;, desabafa a trabalhadora com um contracheque de R$ 631 nas mãos. Segundo César Pessoa, antes de voltar a distribuir terrenos é preciso fazer uma varredura na lista de espera da Codhab, que hoje conta com 360 mil nomes. ;É um número que está muito acima do deficit habitacional do DF. Como o cadastro pode ser feito na internet, muitas pessoas que se inscrevem não se enquadram nos critérios exigidos pelo programa;, explica.
A vice-governadora Ivelise Longhi avalia como positiva a contribuição que a atual gestão deixa para área habitacional do DF. ;Nós encontramos a casa pouco arrumada, com problemas na Justiça. Cancelamos editais que estavam vendendo esperanças, e nada de concreto, eram editais que estavam propondo lotes onde sequer existiam. E nós conseguimos conter isso;, afirma.
Pegue a sua
Os contemplados que ainda não pegaram a escritura podem buscar o documento na Codhad ; Setor Comercial Sul Quadra 06 Bloco A - Edifício Seduma. Informações pelo telefone: 3214-1802