Cidades

Brasilienses correm o risco de ficar com 125 leitos de UTI a menos

Sindicato Brasiliense dos Hospitais avisa que hoje notificará a Secretaria de Saúde do DF sobre a decisão dos seus filiados de suspender o contrato com o GDF. A titular da pasta, Fabíola Nunes, alerta que orientará os usuários a recorrer à Justiça

postado em 06/12/2010 08:16
A Secretaria de Saúde será notificada hoje sobre a desativação dos 125 leitos particulares de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), antes à disposição de pacientes da rede pública. Os 14 hospitais privados, filiados ao Sindicato Brasiliense dos Hospitais (SBH), querem suspender o contrato com o GDF. O motivo é a falta de pagamento de serviços executados entre setembro de 2009 e setembro deste ano. A dívida de R$ 103 milhões é contestada pela secretária de Saúde, Fabíola Nunes Aguiar. Segundo o sindicato, os serviços serão suspensos assim que a pasta receber as notificações enviadas pelas unidades particulares. O atendimento a pacientes que atualmente estão em tratamento por intermédio do contrato não será interrompido.

;Os leitos extras serão desmontados. Será atendido somente o paciente vindo de convênio ou particular. Da rede pública, vamos receber somente mediante liminar da Justiça, mas se não tivermos leitos disponíveis, não teremos como atender;, explica a superintendente do SBH, Danielle Feitosa. Segundo ela, essa foi a saída encontrada pelos hospitais particulares diante da execução de serviços sem pagamento. ;A gente não consegue sobreviver dessa maneira.;

A secretária de Saúde, Fabíola Nunes, reafirmou ontem que o governo está em dia com os compromissos. ;Já expliquei que está tudo pago. Só posso pagar o que está no orçamento. Se não houver vagas na rede pública, eu mesmo vou orientar que (os pacientes) entrem na Justiça;.

A secretária alega que os hospitais não podem romper o acordo. ;A suspensão não pode ser feita unilateralmente. Só quem tem esse poder é a administração pública. Eles podem até não querer renovar o contrato, mas não podem suspender o vigente;, afirmou. Já a rede privada entende que o GDF quebrou o contrato. Os hospitais garantem que os atendimentos serão retomados somente quando a dívida for quitada.

Enquanto isso, os pacientes que dependem da rede pública do DF padecem à espera de atendimento. No fim de semana, cinco pessoas, até as 17h de ontem, haviam recorrido à Defensoria Pública do DF. No domingo, uma mãe entrou com ação por descumprimento judicial. Desde quinta-feira, ela busca, em vão, uma vaga em uma UTI neonatal para o filho. Não consegue leito nos hospitais públicos nem nos particulares.


Mutirão em Santa Maria contra a Aids

ALINE BRAVIM

Os cidadãos de Santa Maria tiveram ontem um dia de festa. O mutirão promovido pela organização não governamental (ONG) Saúde Até Você, em homenagem ao Dia Mundial de Luta contra a Aids, atendeu 1.330 moradores da região. Em pouco mais de quatro horas de atividades, foram distribuídos 3 mil preservativos, entre masculinos e femininos, além de exames para aferir a pressão arterial e glicemia, e outros.

Em quatro horas de ação, 1.330 pessoas aferiram pressão arterial, glicemia e fizeram outros exames rápidosSegundo o coordenador da ONG, Carlos Rafael da Silva, a ideia foi orientar e prevenir as pessoas de doenças em uma comunidade onde os índices do vírus são alarmantes. ;É nosso papel promover a saúde nesses lugares, onde podemos constatar meninas muito novas grávidas, por exemplo. Atendemos uma senhora cujo índice de glicemia estava altíssimo;, justificou.

O trabalho foi realizado na Feira Permanente da cidade. Para a presidente da Associação dos Feirantes, Terezinha Brito, é um trabalho social muito bem vindo. ;Enquanto a gente fica um dia inteiro para medir a pressão no posto de saúde, aqui não levamos nem dois minutos;, disse, alegre. Apesar de saber das necessidades da população, Terezinha afirmou que a quantidade de atendimentos surpreendeu. ;Todo mundo ficou muito satisfeito, tenho certeza. Os moradores vieram me elogiar e agradecer por ceder o espaço.;

Francisco das Chagas Araújo, 52 anos, autônomo, não perdeu a oportunidade. Com o bom resultado dos exames em mãos, ele comemorou. ;A pressão está boa. Está tudo bem, isso porque eu quase não vou ao médico;.

O maior número de passantes foi do sexo masculino. No entanto, o mutirão envolveu pessoas de todas as idades e gêneros. Nilza de Sousa França, 24 anos, dona de casa, levou o marido e dois filhos para verificar o estado da saúde. ;É muito importante cuidar da gente. Mas só vamos no médico quando tem alguém doente. Eu quis vim e trouxe a família toda comigo;, ressaltou.
Crianças também marcaram presença. Brenda Gonçalves Macedo, 10 anos, resolveu ir sem os pais, para ver como estava passando. ;Aqui é bem melhor do que ir no posto. Lá demora muito;, disse. A estudante mediu a taxa de glicose e a pressão arterial.

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Para acompanhar os trabalhos voluntários da ONG, basta acessar: www.saudeatevoce.com.br

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