postado em 07/12/2010 07:52
A intolerância no trânsito por pouco não terminou em tragédia por volta das 18h do último domingo. O técnico judiciário e também estudante de administração e direito Daniel da Silva Trombini, 21 anos, levou um tiro na perna direita disparado pelo motorista de um Ford Fusion de placa não anotada. O episódio foi no Eixo Norte, no semáforo próximo à Galeria dos Estados. A violência teria sido praticada após a vítima buzinar em razão de duas ;fechadas; praticadas pelo autor do disparo. ;Eu emparelhei o carro para cobrar que ele dirigisse direito e daí ele apontou uma arma para mim. Ouvi o barulho e pouco tempo depois eu senti minha perna formigar;, contou o jovem ao Correio.A bala atravessou a porta do passageiro e transfixou a perna direita do rapaz, que passou por exames de raios X e foi liberado quatro horas depois. O servidor público contou que estava na faixa da direita, na primeira vez em que o motorista jogou o carro. ;Ele não deu a seta e eu respondi com uma forte buzina;, relatou. Em seguida, o motorista teria feito um gesto obsceno. O jovem teria buzinado pela segunda vez ; e foi quando o desconhecido, descrito como um homem moreno, de cabelos crespos e aparentemente 30 anos, atirou.
As características foram passadas para os investigadores da 5; DP (Setor Bancário Sul), que instauraram inquérito para investigar o crime. Situações semelhantes já terminaram em morte na capital federal (veja memória). Na avaliação do delegado-chefe Laércio Rosseto, a intolerância no trânsito deve ser punida com rigor. ;Se ele quisesse apenas alertar a vítima, não teria disparado com o carro em movimento;, analisou. ;Poderia ter atingido qualquer parte do corpo do rapaz e ele ter morrido. Assim como todos as ocorrências feitas na delegacia, não vamos deixar essa história passar.;
Punição
Rosseto avalia que o mais importante, nesse momento, é identificar o motorista do Ford Fusion. Rosseto também já começou uma investigação para localizar no sistema todos os proprietários de Ford Fusion em Brasília. Por enquanto, um projétil foi encontrado dentro do carro da vítima acabou levado para exame de balística no Instituto de Criminalística da Polícia Civil, no Departamento de Polícia Especializada (DPE). Informações preliminares apontam que a bala partiu de uma pistola .40 ou de uma 9mm, ambas de uso restrito, utilizadas por policiais ou militares das Forças Armadas. Mas o delegado Laércio Rosseto prefere aguardar o resultado do exame de balística para afirmar de qual arma partiu.
A mãe da vítima, a dona de casa Valéria da Silva Trombini, 45 anos, reivindica punição para o motorista que agiu com violência. ;Não quero vingança, mas quero que algo seja feito para que outra mãe não chore pior do que eu já chorei. Um motorista assim não pode ficar solto. Se for policial, que tirem a arma dele. De qualquer maneira, essa pessoa é desequilibrada e precisa de tratamento psicológico;, avaliou. Valéria ainda suplica que os motoristas sejam mais calmos ao volante. ;Meu filho tem o defeito de cobrar dos outros uma postura correta no trânsito, mas as pessoas precisam saber que é melhor segurar a onda e ter um covarde vivo do que um herói morto;, ensinou. O filho admitiu o erro: ;O medo é inerente. Não dá para cobrar dos outros a forma correta de agir no trânsito porque a gente nunca sabe se é gente do bem ou bandido que está do outro lado;.
MEMÓRIA
16 de abril de 2010
Nessa data, a Justiça determinou que duas mulheres que, em maio de 2006, se desentenderam e iniciaram uma briga no trânsito, no estacionamento do Colégio Marista de Brasília, terão de se indenizar mutuamente pelos xingamentos e pelas agressões físicas trocadas. Pela sentença do juiz da 2; Vara Cível de Brasília, a mulher que foi xingada e sofreu agressões físicas deverá receber R$ 10 mil por danos morais. Já a que recebeu apenas xingamentos, mas retrucou com palavrões e golpes de guarda-chuva, irá receber R$ 5 mil, pelo mesmo motivo. Ainda cabe recurso. A agressão mútua ocorreu na saída da escola, após uma motorista perceber que a outra iria bater no carro dela. A ocorrência foi registrada na 1; DP (Asa Sul), em 17 de maio de 2006, na festa comemorativa ao Dia das Mães.
17 de maio de 2010
Uma briga de trânsito terminou em morte na BR-080, em Brazlândia. Segundo a polícia, o motorista de um carro bateu na traseira do outro e ainda foi tirar satisfações. O montador de móveis Marcos Roberto Ferreira, 26 anos, que conduzia o Celta preto placa JHG-4037, colidiu seu carro contra um Kadett placa JDU-9442. Após o acidente, Marcos saiu do veículo transtornado e iniciou uma discussão com o fiscal da receita tributária Adélio da Silva Gama, 50 anos. Armado, Marcos atirou em Adélio e no passageiro, o operador de máquinas Francisco José, 35 anos. Adélio morreu na hora e Francisco foi transportado para o Hospital Regional de Brazlândia com um tiro no braço. Marcos foi preso quando tentava fugir para Águas Lindas. Ele tem passagem pela polícia por assalto à mão armada e portava arma de fogo sem registro. Adélio morava em Taguatinga, era casado e tinha uma filha de 5 anos.
13 de julho de 2010
Geanderson Araújo, 32 anos, voltava para casa, por volta de 1h da madrugada, pela Estrutural, que liga o Plano Piloto a Taguatinga, quando um carro bateu na lateral direita de seu Corsa. O veículo parou no acostamento e Geanderson desceu do carro na tentativa de verificar os danos e resolver eventuais despesas com o motorista do Peugeot. Nem chegou a dizer nada. Levou logo um soco no olho. Depois do primeiro golpe, dois homens saíram do carro para agredi-lo. Quando Geanderson conseguiu agarrar o primeiro algoz pelo pescoço e derrubá-lo no chão, o homem arrancou, com os dentes, metade da orelha do rapaz. Os agressores fugiram rumo a Ceilândia.
11 de dezembro de 2009
O subprocurador-geral do Distrito Federal Luciano Arantes foi enquadrado pelos agentes da 11; DP (Núcleo Bandeirante) em seis crimes: ameaça, desacato, desobediência, injúria, lesão corporal e resistência à prisão. Arantes teria batido de raspão no carro da técnica em enfermagem Silvana Negrão na Via Epia. Ele não parou e seguiu para casa, no Park Way. A partir daí, começou a confusão. A mulher foi atrás e chamou a polícia. O subprocurador teria agredido a motorista e ainda chamando um soldado de ;preto sujo;.