Cidades

Risco de uma nova epidemia de dengue no DF é afastado

Helena Mader
postado em 07/12/2010 07:51
Para evitar um novo surto de dengue no verão de 2011, o governo intensificou o trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti. A estratégia já surte efeitos positivos. Levantamento da Secretaria de Saúde mostra que 0,8% das casas visitadas tinham larvas do inseto transmissor. Só há chances de epidemia quando esse percentual está acima de 2%. ;É claro que gostaríamos que esse índice fosse zero, mas já saímos do risco de epidemia;, comemora a secretária de Saúde, Fabíola Aguiar, que tem formação em saúde pública e já atuou na elaboração de um plano nacional de combate à doença.

Reportagem publicada ontem pelo Correio mostrou que os casos de dengue em 2010 cresceram 2.800% em comparação com os registrados ao longo de 2009. Foram 12.363 infectados até agora, contra 414 no ano passado. Ao todo, sete pessoas morreram em decorrência da infecção pelo vírus da dengue em 2010. A maioria dos casos se concentrou entre janeiro e maio deste ano, período que coincide com a época das chuvas. Desde então, o número de ocorrências vem caindo e houve semanas entre setembro e novembro sem nenhum registro.

A chegada do verão e das chuvas aumenta a preocupação com a doença. O trabalho de prevenção começou em junho, segundo o governo, ainda durante a seca. ;Começamos a nossa campanha de dengue antes mesmo das divulgações do Ministério da Saúde. Fizemos articulações com o SLU (Serviço de Limpeza Urbana) e com as administrações regionais e o resultado é que agora estamos fora da zona de risco;, comentou ontem o governador Rogério Rosso. ;Na nossa gestão, foram pouquíssimos casos de dengue, conseguimos reduzir as ocorrências quase a zero. Vamos continuar trabalhando para que a cidade continue fora da área de risco.;

O levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti, realizado pelo Ministério da Saúde e divulgado em 11 de novembro, mostrou que a situação em Brasília é, hoje, satisfatória. A pesquisa identifica onde estão concentrados os focos do mosquito nos 425 municípios analisados pelos técnicos. Mas cidades próximas no Entorno estão na lista de áreas de risco e Goiânia se encontra entre as 14 capitais em situação de alerta.

Índices
Apesar das boas notícias na prevenção à dengue, algumas áreas ainda apresentam alto índice de infestação pelo mosquito transmissor da doença. As áreas com maior número de larvas encontradas foram Arniqueiras, Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia e Setor Habitacional Jardim Botânico. De acordo com o coordenador do Programa de Combate à Dengue da Secretaria de Saúde, Aílton Domício, essas regiões vão receber atenção redobrada. ;Os agentes vão de casa em casa, dando orientações sobre prevenção. Além disso, temos parceria com mais de 100 militares do Exército, que ajudam a alertar a população;, conta Aílton.

O levantamento da Secretaria de Saúde do DF mostrou que o Núcleo Bandeirante não tem nenhuma casa infestada. A Vila Planalto, um dos principais focos da epidemia do primeiro semestre de 2010, apresentou índice de infestação de 0,8%, o que praticamente afasta o risco de um novo surto como o deste ano. Os mosquitos e larvas identificados pelos técnicos durante a análise dos domicílios são verificados em laboratório, para que haja a confirmação de que se trata de fato do Aedes aegypti.

Na próxima sexta-feira, o Distrito Federal vai participar do Dia D contra a dengue, uma grande mobilização de combate ao mosquito transmissor. A Secretaria de Saúde fez parceria com empresas de telefonia para que mensagens de texto com dicas de prevenção sejam enviadas aos usuários de celular. ;Estamos fazendo um trabalho incessante para controlar o surgimento de novos casos e já vemos os resultados. De setembro a novembro deste ano, tivemos 26 casos confirmados, número 13% inferior ao registrado no mesmo período de 2009;, afirma Aílton Domício.

Deficiência
O Distrito Federal tem um grande deficit de agentes de Vigilância Ambiental, o que dificulta o combate à dengue. Hoje, 500 funcionários atuam nas visitas a residências, mas seriam necessários pelo menos 1,2 mil agentes para cobrir todo o território do DF.

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