Helena Mader
postado em 08/12/2010 07:38
Para o governador eleito do DF, Agnelo Queiroz, a questão do trânsito está diretamente ligada a uma política de transporte público eficiente e de qualidade. Ele acredita que as melhorias nos ônibus e no metrô, por exemplo, vão ajudar a reduzir o número de veículos particulares em circulação. ;Hoje a frota de veículos na capital chega a mais de 1 milhão. Se continuar no mesmo ritmo, em menos de uma década teremos 2 milhões de carros. É inviável para a cidade comportar essa quantidade absurda de veículos. Por isso, é fundamental que se faça um planejamento;, explica o governador eleito.Agnelo critica ainda a malha viária do DF e destaca a importância de melhorar a mobilidade em Brasília nos próximos anos, antes da Copa do Mundo de 2014. ;Para comportar um evento de proporções mundiais, será necessário reformular o planejamento para o setor. É preciso desestimular o uso da transporte individual, tornando o coletivo mais eficiente e barato;, justifica o governador eleito.
A equipe de transição já estuda propostas para melhorar o trânsito. Uma delas é o resgate do Programa Paz no Trânsito, implantado durante a gestão de Cristovam Buarque. ;Esse projeto fez Brasília virar referência de civilidade e de respeito aos pedestres, com a redução dos acidentes de trânsito;, explica o governador eleito. Ele também promete fazer um estudo para a colocação de pardais, para aumentar a eficiência do controle de velocidade nas vias. ;Além disso, com a contratação de 4 mil policiais militares nos próximos quatro anos, vamos ter condições de reforçar o Batalhão de Trânsito;, finaliza Agnelo Queiroz. (HM)
PALAVRA DE ESPECIALISTA
Preservação da vida
;O futuro governo tem como grande desafio reduzir os acidentes. Para isso, é preciso atuar firmemente na implantação de programas de segurança no trânsito e na liberação de recursos destinados a essas ações. Também é necessário melhorar a engenharia das vias, a sinalização e a conservação das estradas e a fiscalização para flagrar motoristas embriagados ou dopados.
O mais importante é implantar os programas. No papel, tudo é muito lindo, mas é preciso colocá-los em prática. O Denatran, por exemplo, tem um fundo para isso. Os estados também podem fazer seu trabalho com mais eficiência, olhando para a segurança de trânsito como uma política pública, que necessita de recursos para que a preservação da vida seja uma meta permanente.
Além disso, a educação tem que ser continuada, com ações em escolas de ensino fundamental, médio e nas universidades. O número de carros e de motoristas cresce muito, e é necessário preparar os futuros condutores. O trabalho de fiscalização deve ser aliado à educação, para que haja uma conscientização efetiva. Também é preciso manter a aplicação da lei seca.;
Eva Vider, professora da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É engenheira de transportes e trabalha com engenharia de tráfego e segurança do trânsito.