Cidades

Criminalidade atinge menores e assusta moradores do Itapoã e do Paranoá

Criança de 5 anos foi atingida por estilhaços de bala no Itapoã. No Paranoá, adolescente de 16 anos acabou executado

postado em 10/12/2010 07:47
A menina atingida por estilhaços deixa a 6ª DP, no Paranoá, com a mãe: A criminalidade assusta moradores do Itapoã e do Paranoá, onde a violência faz vítimas de todas as idades. Na noite de quarta-feira, uma criança de cinco anos foi atingida por estilhaços de bala enquanto comia churrasquinho com o pai e o tio, no bairro Del Lago do Itapoã. Na madrugada de ontem, um adolescente de 16 anos morreu após ser baleado na cabeça, próximo à sua casa, na Quadra 19 do Paranoá. Os suspeitos dos dois crimes estão foragidos.

Como de costume, o ajudante de eletricista João* chegou do serviço e, por volta das 19h, foi comer churrasquinho em uma barraca próxima à sua residência acompanhado do irmão, o pedreiro Carlos*. A filha de cinco anos também quis ir. De acordo com Carlos, o suspeito, um rapaz de 18 anos, ficou em um bar ; em frente ao local onde estavam ; encarando o grupo. ;Ele passou de bicicleta na nossa frente, mostrando a arma. Achei que ele estava só se mostrando. Ele deu uma volta e em seguida passou atirando;, relata uma das vítimas.

Carlos conseguiu correr e não se feriu. Seu irmão foi atingido de raspão e a filha acabou ferida na perna com os estilhaços da bala. ;A gente se jogou no chão e depois viu que uma das balas acertou um poste;, lembra João. ;Eu me lembro de um homem com uma camisa preta. Fiquei assustada;, disse a menina. A Polícia Militar chegou pouco tempo depois do crime, mas não conseguiu encontrar o suspeito.

[VIDEO1]A família reconheceu o atirador. Seria um morador da mesma quadra dos irmãos. Para eles, o autor da tentativa de homicídio seria o que roubou a casa de Carlos há algum tempo. Na ocasião, o assaltante levou roupas e sapatos da residência. ;Me falaram que o viram (o suspeito) usando as minhas coisas. Ele ficou bravo porque ouviu que eu sabia quem tinha me roubado;, disse Carlos. Segundo ele, os disparos não foram fatais porque o garoto aparentava estar drogado e não conseguiu atingi-lo.

A mãe da criança considerou um ;trauma; a situação passada pela família. ;Eu só vi uma mulher trazendo minha filha no colo. Ela estava chorando muito.; Na mesma hora, as duas foram para o Hospital Regional do Paranoá (HRP). Apesar do susto, o machucado na perna da menina foi superficial. Na tarde de ontem, mãe, pai e filha fizeram exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML). Mais tarde os dois irmãos foram à delegacia da região, onde prestaram depoimento sobre o ocorrido.

João já teve a casa roubada três vezes. Ele reclama da falta de policiamento na região e desabafa: ;Se o cara aparecesse na minha frente, eu perderia a cabeça;, diz a vítima. De acordo com a delegada-chefe adjunta da 6; Delegacia de Polícia (Paranoá), Sandra Silveira, os agentes estão à procura do suspeito.

Briga em família
Um outro crime, na madrugada de ontem, culminou com a morte de um adolescente de 16 anos. Por volta da 0h30, o menor foi assassinado com disparos de arma de fogo na cabeça, na Quadra 19 do Paranoá, próximo a sua casa. O garoto chegou a ser levado ao Hospital de Base do Distrito Federal, mas não resistiu. A delegada Sandra Silveira diz que o principal suspeito é um homem que também teria matado o irmão da vítima há cerca de um mês. A delegada não soube informar se o menor possuía passagens, mas disse que o dele irmão tem uma extensa ficha criminal.

De acordo com Sandra Silveira, após a morte do irmão, o adolescente passou a jurar o acusado de morte, dizendo que iria se vingar. Com a morte do menor, as buscas pelo acusado se intensificaram. ;Estamos receosos pelo autor estar em liberdade porque ele ameaçou dizimar a família toda;, disse a delegada.

Nomes fictícios em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente

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