postado em 15/12/2010 13:32
O empresário Nenê Constantino, sócio-fundador da Gol Linhas Aéreas, participa de uma audiência de instrução nesta quarta-feira (15/12), no fórum de Taguatinga, relativo a um processo por um homicídio ocorrido em 2001. Ele é acusado de ser o mandante do assassinato de Márcio Nonato Souza Brito, líder de uma associação de moradores que teria invadido uma área de propriedade do empresário avaliada em aproximadamente R$ 8 milhões. Além de Nenê Constantino, são acusados no processo o genro, Victor Bethórico Forest, e os ex-funcionários Vanderlei Batista Silva, João Alcides Miranda e João Marques dos Santos.Por volta de 13h, Mabel de Faria, delegada da Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida), chefe das investigações do crime à época, prestava depoimento. Mabel declarou que, durante as investigações, sempre que ouvia testemunhas sobre o homicídio, elas demonstravam muito medo em comentar o assunto por temer o empresário. No momento, a audiência está em um intervalo que deve durar 40 minutos.
Segundo a delegada, para matar Márcio, Constantino teria contatado Vanderlei, que pediu à João Miranda para arranjar um atirador de aluguel. Miranda, por sua vez, pediu a João Marques quer contratasse um menor, que já mantinha relações com o grupo, para efetuar o serviço, mas descobriu que o adolescente já havia morrido, vítima de homicídio. Ainda assim, Marques conseguiu indicar um outro atirador, Manoel, que, algum tempo depois de assassinar o líder dos moradores, também foi vítima de homicídio.
No fórum, há muitos advogados de defesa, que pretendem retardar a audiência alegando que não tiveram acesso a todas as gravações telefônicas. Eles também questionam os métodos como essas interceptações foram feitas, apesar de todas terem sido gravadas com autorização judicial. Oito pessoas devem ser ouvidas nos dois dias de audiência.