O clima esquentou na audiência de instrução relativa ao processo por homicídio ocorrido em 2001, onde o empresário Nenê Constantino, sócio-fundador da Gol Linhas Aéreas, é acusado de ser o mandante. Em um determinado momento, a defesa de um dos acusados, João Marques dos Santos, perguntou à testemunha de acusação, a delegada da Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida), Mabel de Faria, se ela gostaria de "aproveitar o fato de João estar preso para inquiri-lo".
Como resposta, Mabel disse que em um depoimento colhido chegou a gravar a conversa com o acusado. Com essa informação, tanto a defesa de João Marques como a de Constantino alegaram que o depoimento de Mabel não poderia continuar por que essa gravação, uma nova prova, não constava nos autos.
Com o tumulto na audiência, o juiz João Marcos Guimarães Silva indeferiu o pedido da defesa, alegando que o fato não interfere no curso do processo. "Mesmo considerando que a defesa do Constantino considere grave a colhida de depoimento da Corvida, isso não interfere nos atos de instrução", disse o juiz.
Por volta da 19h10, a delegada Mabel terminou de prestar o seu depoimento. Ela reafirmou que Nenê Constantino é o mandante do crime. Além disso, a testemunha definiu o empresário como uma pessoa que faz de tudo para obter o que quer a qualquer custo.
Das oito testemunhas de acusação chamadas para depor, apenas seis compareceram. Mas, de acordo com o promotor Bernardo de Urbano Rezende, a previsão é que cada testemunha fale por cerca de 30 minutos e a audiência siga até a madrugada. As testemunhas de defesa só devem ser ouvidas no dia 1 de março.
Audiência
O empresário Nenê Constantino, sócio-fundador da Gol Linhas Aéreas, participa de uma audiência de instrução nesta quarta-feira (15/12), no fórum de Taguatinga, relativo a um processo por um homicídio ocorrido em [SAIBAMAIS]2001. Ele é acusado de ser o mandante do assassinato de Márcio Nonato Souza Brito, líder de uma associação de moradores que teria invadido uma área de propriedade do empresário avaliada em aproximadamente R$ 8 milhões. Além de Nenê Constantino, são acusados no processo o genro, Victor Bethórico Forest, e os ex-funcionários Vanderlei Batista Silva, João Alcides Miranda e João Marques dos Santos.