postado em 16/12/2010 08:00
O Lago Paranoá ganhará mais proteção. A partir do próximo ano, o reservatório artificial terá aumentado o limite mínimo de água. Enquanto atualmente o valor é de 999,5 metros acima do nível do mar, o número passará para 999,8 metros. Isso fará com que uma quantidade maior de água seja mantida no local. O índice vigente só será permitido no período de limpeza, entre os meses de outubro e dezembro. A novidade será formalizada por meio de uma resolução da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa), que visa a garantir a sustentabilidade para os mais diversos usos. A norma, ainda não publicada no Diário Oficial do Distrito Federal, foi avaliada ontem em audiência pública que envolveu diferentes segmentos no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.Atualmente, a CEB Geração é responsável pelo monitoramento e controle do uso da água do Lago Paranoá para produção de energia. A empresa ainda não se manifestou sobre a mudança, mas informou por meio da assessoria que ;aguardará o resultado da análise técnica por parte da Adasa;. ;Ouvimos os interesses comerciais e particulares, mas olhamos para as necessidades do lago. Pela primeira vez, o Lago Paranoá está se pronunciando, dizendo que o seu nível sustentável é tanto e que todos devem trabalhar em cima disso;, avaliou o superintendente de Recursos Hídricos da Adasa, Diógenes Mortari.
De acordo com ele, para 2012, os valores fixados poderão ser reavaliados. ;Se preciso, subimos um pouco mais. Vamos avaliar constantemente, verificando o impacto das cotas em todos os usuários. Antes não tínhamos esse parâmetro, vamos fazer os ajustes para garantir os atendimentos;, explicou.
Recurso natural
Também foram discutidas pela Agência outras regras operacionais para o local, como a montagem ; em andamento ; de uma rede de monitoramento das águas superficiais e subterrâneas. No primeiro caso, 44 unidades estão em funcionamento. Na questão das unidades subterrâneas, são 128 poços em operação a partir de agosto.
De acordo com a Adasa, a rede colocará o DF como a primeira região do país a dispor de um sistema que permite analisar alternativas para o desenvolvimento das atividades produtivas, principalmente em relação aos períodos de regime de chuvas que venham a se situar abaixo da média. ;A Adasa tem a obrigação legal de manter o recurso natural para as gerações futuras. Mesmo assim, estaremos sempre refinando as regras para conseguir atender às diferentes demandas e utilizações do lago;, afirmou o diretor da Adasa, João Carlos Teixeira.
Monitoramento
O nível máximo de água no Lago Paranoá em 2011 será de 1.000,5 m. A cota trabalhada atualmente pela CEB é de 1000,8 metros. A partir da formalização da nova resolução da Adasa, a sociedade poderá acompanhar por meio do site do órgão, diariamente, os níveis operacionais do Lago Paranoá.