postado em 16/12/2010 07:57
Mais uma vez, medicina é o curso mais concorrido no vestibular da Universidade de Brasília (UnB), de acordo com a lista divulgada ontem pelo Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe). Com 2.140 inscritos disputando as 14 vagas no sistema universal ; demanda de 152,86 por vaga ; e 291 candidatos pelas quatro vagas pelo sistema de cotas, o curso é líder no ranking. Segundo colocado, direito (diurno) teve 1.374 inscrições para as 24 vagas no sistema universal (57,25 por vaga) e 203 para as seis vagas do sistema de cotas (33.83 por vaga). Em seguida na lista, estão engenharia civil, relações internacionais e psicologia, no ranking universal; e psicologia, odontologia e engenharia civil, na disputa entre os cotistas. Mais de 24 mil candidatos disputarão, sábado e domingo, 1.999 vagas.O curso de comunicação social permanece entre os 10 mais disputados, em sétimo lugar na listagem universal, com 808 inscritos para 26 vagas ; demanda de 31,08 por vaga. Mesmo com a retirada da obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão de jornalista, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2009, o índice mostra que a busca pelo curso não sofreu mudanças significativas. ;Nos dois últimos vestibulares, onde já não havia a exigência do diploma para jornalista, nós percebemos que a procura pelo curso praticamente não diminuiu. Na verdade, as pessoas que entram aqui na UnB para fazer jornalismo são aquelas que realmente querem exercer a profissão, não é apenas para ter um curso superior;, explica David Renault, diretor da Faculdade de Comunicação da UnB.
Para Pedro Lins, 18 anos, a mudança não afetou em nada a escolha pelo curso. ;Eu sempre quis ser jornalista. Inclusive, acredito que o mercado de trabalho continua aberto para mim. Qualquer instituição respeitosa vai dar preferência para aqueles que têm um bom curso superior;, explica. Ciente da alta procura, Pedro se dedicou para a prova, seu primeiro vestibular. ;Independentemente da concorrência, acredito que o empenho tem que ser o máximo, não importa se você vai fazer medicina ou curso de artes.;
Os vestibulandos Rafael Fonseca, 23 anos, e Guilherme Avelar, 18, também não desanimam com a disputa. Candidatos respectivamente a vagas em medicina e engenharia civil, os estudantes estão tranquilos ao realizar mais um exame: este é o quinto vestibular de Rafael e o terceiro de Guilherme. ;Não adianta ficar ansioso;, diz Rafael. ;Estou otimista, aproveitando os últimos dias para revisar matérias e investindo em tranquilidade.;
Novidades
A partir de agora, os candidatos terão de resolver questões do tipo D, onde o estudante deve responder de forma discursiva, explicativa e analítica ao enunciado, com apoio de texto, diagramas ou desenho. Nas edições anteriores, os concorrentes enfrentaram apenas três tipos de questões: A (certo e errado), B (resposta numérica) e C (múltipla escolha).
;Os educadores mostraram-se interessados em ter uma prova em que os candidatos fossem mais bem-avaliados com relação à capacidade de expressão em língua portuguesa;, explica Márcia Abrahão, decana de graduação da UnB. Paulo Portela, coordenador acadêmico do Cespe, diz que as mudanças visam avaliar as habilidades de interpretação, planejamento, execução e crítica. ;Mais do que o conteúdo em si, a prova passa a se preocupar com as capacidades do vestibulando de construir raciocínio lógico e defender ideias;, destaca.
Enem
O processo seletivo também incluirá aproveitamento das notas dos candidatos que fizeram o último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para vagas remanescentes. Márcia Abrahão explica que após a divulgação do resultado do vestibular e do Programa de Avaliação Seriada (PAS), em janeiro, e a distribuição das vagas para os candidatos que alcançarem as notas mínimas para corte, as notas do Enem serão utilizadas para preencher as vagas ociosas.
Para participar do processo, não é necessário ter se inscrito no vestibular. A seleção será realizada seguindo a ordem decrescente de desempenho. Segundo Márcia Abrahão, não há nenhuma expectativa de se modificar a forma de adoção das notas do Enem para ampliar o número de vagas da disputa.
