Cidades

Agnelo Queiroz anuncia nome do futuro presidente do Banco de Brasília

Ele terá como missão ampliar a carteira de clientes e fortalecer a instituição. Escolhido é funcionário da Caixa Econômica Federal. Governador eleito deve confirmar o secretariado nesta semana

Ana Maria Campos
postado em 19/12/2010 08:17
O Banco de Brasília (BRB) será administrado por experiente técnico da Caixa Econômica Federal (CEF). Atual superintendente nacional de atendimento e distribuição da estatal, Edmilson Gama da Silva foi escolhido pelo governador eleito Agnelo Queiroz (PT) para a presidência da instituição financeira oficial do Distrito Federal. Aos 48 anos, ele é, há 28 anos, empregado da Caixa, onde exerceu várias funções de comando, principalmente nas subsidiárias. Foi diretor da Caixa Vida e Previdêncida, da Caixa Capitalização e da Caixa Seguros. Apontado como um técnico, Edmilson Gama tem como tarefa afastar um fantasma que ronda o BRB desde 2007. O banco sofreu turbulências durante a Operação Aquarela, promovida em 2007 pelo Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC) do Ministério Público do DF, quando o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklim de Moura foi preso e acusado de montar um esquema de desvios de dinheiro, lavados por meio de cartões corporativos do Banco de Brasília. A investigação acabou provocando uma crise que levou à renúncia do ex-governador Joaquim Roriz (PSC) do mandato no Senado. Ainda em 2007, um outro presidente, Roberto Figueiredo Guimarães, também foi preso, sob suspeita de ajudar em negócios ilícitos da empresa Gautama no Maranhão. O BRB se reergueu, mas nos últimos meses, no governo de Rogério Rosso (PMDB), passou a sofrer influência política do senador Gim Argello (PTB-DF), que indicou membros para a diretoria. Edmilson Gama foi uma escolha pessoal de Agnelo. Formado em direito e engenharia, com especialização em gestão financeira, ele é paulista, mas vive em Brasília há quase 30 anos. Sua meta é ampliar a carteira de clientes além da folha de pagamentos do GDF, para fortalecer a instituição e buscar a administração dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). Educação O governador eleito, Agnelo Queiroz, ainda não fechou toda a composição de seu governo. Está previsto para amanhã, ainda sem confirmação, o anúncio de todo o primeiro escalão. Algumas escolhas têm provocado reação por parte de aliados. É o caso, por exemplo, da provável secretária de Educação, Regina Vinhaes Gracindo. Professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), ela também foi escolhida dentro de critérios pessoais de Agnelo. Um dos ícones dessa área, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) se sentiu "desconsiderado" ao tomar conhecimento por terceiros da escolha de Agnelo. "Não ser consultado para a Secretaria de Educação me faz sentir pior do que quando fui demitido por telefone no Ministério da Educação", disse o pedetista. Em 2004, Cristovam recebeu uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando estava em viagem oficial a Portugal, para informá-lo sobre a demissão do Ministério da Educação. O nome de Regina Gracindo ainda não foi confirmado oficialmente pelo governador eleito, mas Agnelo telefonou para alguns petistas ligados à área de Educação para comunicar que havia batido o martelo. Ele cogitou outros nomes, como o diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro), Antônio Lisboa, Jacy Braga e o pedetista Marcelo Aguiar. Um dos nomes preferidos por Cristovam, Aguiar enfrentava dificuldades por ter integrado os governos de José Roberto Arruda e Rogério Rosso. Cristovam afirma que queria apenas ser consultado e dar contribuições para o plano de governo. "Agora, mesmo que ele me chame, não vou colaborar", disse. Cristovam afirma que ajudou Agnelo quando ele disputava a indicação para a candidatura ao GDF e aliou a sua agenda à dele na campanha, especialmente entre o primeiro e o segundo turnos. Agnelo não quis comentar o assunto. Bezerra de ouro Vinte pessoas foram presas por suspeita de participação em um esquema de desvio de dinheiro do Banco de Brasília (BRB). Das investigações, vazou a gravação do diálogo entre o então senador Joaquim Roriz (na época no PMDB) e Tarcísio Franklim de Moura, ex-presidente do banco. Eles tratavam da partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões do empresário Nenê Constantino, fundador da Gol Linhas Aéreas. Roriz alegou ter pedido o dinheiro emprestado para quitar a compra de uma bezerra.

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