Cidades

Evento promovido pela Abrace reuniu cerca de 900 pessoas

Estiveram presentes crianças diagnosticadas com câncer e parentes. Os pequenos se divertiram com apresentações teatrais, dança, pintura, Papai Noel e inúmeros brinquedos

postado em 19/12/2010 08:34
A luta contra o câncer infantil é árdua e cheia de altos e baixos tanto para os pequenos pacientes como para as famílias. A mão amiga da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatia (Abrace) auxilia a quem precisa e dá um pouco mais de conforto para quem tem que percorrer um longo caminho rumo à cura. Parte desse trabalho é promover a saúde mental e a autoestima das crianças e isso está garantido na tradicional festa de Natal da instituição, que aconteceu ontem no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. Cerca de 900 pessoas - crianças assistidas e seus parentes - circularam pela festa, que estava recheada de atrações, como apresentações teatrais, dança e inúmeros brinquedos. Mais de 150 voluntários trabalharam no evento para proporcionar a grande variedade de brincadeiras para as crianças e a estrutura, incluindo as refeições e o entretenimento, foi montada com a ajuda de organizações e empresas parceiras. Yasmin França Chaves, 7 anos, aguardava para repassar ao Papai Noel suas preferências para presentes. "Quero uma boneca. Morena", detalhou. Ela é assistida pela Abrace há cerca de um ano. A fila para tirar a foto com o bom velhinho era, claro, uma das maiores. Concorridos estavam também o pula-pula e a pintura de rosto. A Abrace atende hoje no Distrito Federal mais de 1,2 mil crianças diagnosticadas com câncer. O suporte dado às famílias vai desde o atendimento psicológico e acompanhamento de assistentes sociais, passa pela capacitação profissional de pais para incremento da renda familiar, até a doação de cestas básicas e compra de medicamentos, como um quimioterápico que está em falta na rede pública há meses. Apoio fundamental Antônio Modesto, 8 anos, é assíduo da festa, já que desde quando era bebê é assistido pela Abrace. "Ele é mais conhecido aqui no que arroz e feijão", brinca a mãe, Francisca Rosário Modesto, 44 anos. Quando Antônio tinha um ano e seis meses, médicos do Hospital de Base diagnosticaram uma leucemia, espécie de câncer que atinge a medula óssea, e aconselharam Francisca a procurar a associação. "O trabalho é excelente. No início, fiquei sem chão. Eu estava em uma situação financeira delicada, mas recebi todo o apoio. Até fraldas eles me deram", relembra. Hoje, curado e sadio, Antônio aproveita para rever os amigos e relembrar o Papai Noel o que está nos seus planos para ganhar de Natal: "Quero uma pista de carrinhos e um skate". Este é o primeiro ano da pequena Layla Ameida Tomaz, de apenas um ano e sete meses, que também foi encaminhada aos cuidados da Abrace pelo Hospital de Apoio. "Nosso dia a dia é, às vezes, tão triste e esses eventos são ótimos para dar uma animada. Acho que é um exemplo de cidadania", comenta a mãe, Liliane Almeida Vieira, 34 anos. A presidente da Abrace, Ilda Peliz, define a festa como a mais esperada do ano pelas crianças. "Elas sabem que será um dia só de alegria. Além de renovar as energias do Natal, é uma injeção de esperança", diz. A esperança também veio da sociedade e da iniciativa privada: no evento, a Abrace recebeu uma van comprada com dinheiro arrecadado de um projeto de uma drogaria da cidade e as crianças assistidas - e também seus irmãos - receberam presentes de Natal.

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