postado em 23/12/2010 08:00
O Distrito Federal registrou, em novembro deste ano, taxa de desemprego 2,1 pontos percentuais inferior à do mesmo período de 2009. É o que revela a Pesquisa de Emprego e Desemprego no DF (PED-DF), realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sob encomenda da Secretaria de Trabalho. O levantamento mostrou que, no mês passado, o contingente local de desocupados ficou em 13,2% contra 15,3% em igual período de 2009. Na comparação mensal, o indicador, que foi de13,1% em outubro, permaneceu estável. Em números absolutos, a quantidade de desempregados não variou,manteve-se em 185 mil pessoas. Isso se deveu a um recuo na População Economicamente Ativa (PEA), que representa os inseridos no mercado de trabalho.Para analistas do Dieese, a queda da desocupação em 2010 (veja quadro) indica que Brasília e região metropolitana devem encerrar 2010 com uma marca significativa: menor desemprego anual da série histórica da PED, realizada desde 1992. Até o momento, o recorde da taxa mais baixa pertence a 1994, quando o índice de desocupados ficou em 14,2% .
Os dois segmentos que mais contribuíram para um desempenho favorável da ocupação nos últimos 12 meses foram serviços e administração pública. O primeiro foi responsável pela criação 18 mil vagas de trabalho no DF, e cresceu 3,1% entre novembro deste ano e o mesmo mês de 2009. O segundo garantiu 16 mil postos, aumentando 8,3%. Chamou a atenção ainda o desempenho da indústria, que ofereceu 3 mil ocupações, com incremento de 6,4% no nível de emprego do setor.
;Um aspecto positivo é que a criação de empregos se deu entre a população com menor poder aquisitivo;, destaca o economista Tiago Oliveira, um dos responsáveis pela realização da PED. Para efetuar a pesquisa, o Dieese divide o território do DF em três grupamentos. O grupo 1, de renda mais alta, engloba Brasília, Lago Sul e Lago Norte. O grupo 2, de renda intermediária, inclui Gama, Taguatinga, Sobradinho, Núcleo Bandeirante, Guará, Cruzeiro, Candangolândia e Riacho Fundo. O grupo 3, de renda mais baixa, agrega Brazlândia, Ceilândia, Samambaia, Paranoá, São Sebastião, Santa Maria e Recanto das Emas. ;Os grupos 2 e 3 tiveram 13 mil e 24 mil novas ocupações, respectivamente, nos últimos 12 meses. No grupo 1, houve supressão de 5 mil postos;, informa Tiago.
Sazonalidade
Embora serviços e administração pública tenham se destacado na comparação anual, houve retração no emprego mensal para os segmentos. Serviços perdeu 10 mil postos em novembro frente ao mês anterior. Administração pública, mil vagas. Segundo o secretário adjunto de Trabalho do DF, Gustavo Brum, o movimento é sazonal. No caso dos serviços, o desligamento de professores com contratos temporários explica o fenômeno.
Em contrapartida, o comércio, que teve desempenho negativo na comparação anual ; 2 mil vagas a menos ;, é a vedete no cenário mensal, com a criação de mais 8 mil vagas frente a outubro. As contratações temporárias de Natal explicam esse desempenho. Graças a elas, o vendedor Cleyton Rodrigues, 25 anos, conseguiu uma vaga em uma loja de artigos desportivos. Ele espera se destacar e ser efetivado mais tarde. Maurício Pereira de Souza, gerente da unidade, diz que as oito lojas da rede contrataram, cada uma, um ajudante temporário este ano.
RETRAÇÃO EM TODAS AS REGIÕES
A Pesquisa do Emprego e Desemprego é conduzida pelo Dieese em mais seis regiões metropolitanas além do DF. São elas Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo. Em novembro, todas essas localidades apresentaram retração significativa do desemprego na comparação anual. Em contrapartida, o comportamento do índice frente a outubro variou. Em São Paulo, como no DF, ele ficou estável. Em Belo Horizonte e Fortaleza, houve leve alta. Nas demais capitais, a taxa de desemprego recuou.
Mercado
Resultados da Pesquisa do Emprego e Desemprego no DF (PED-DF) referente a novembro mostram que, nos últimos 12 meses, o desemprego tendeu para a queda e a renda média subiu
Evolução
Nov./09 - 15,3%
Dez./09 - 14,5%
Jan./10 - 14,7%
Fev./10 - 14,1%
Mar./10 - 14,7%
Abr./10 - 14,2%
Mai./10 - 14,3%
Jun./10 - 14%
Jul./10 - 13,7%
Ago./10 - 13,4%
Set./10 - 13%
Out./10 - 13,1%
Nov./10 - 13,2%