Cidades

Estacionamentos na capital terão sistema rotativo de vagas e taxas

Adriana Bernardes
postado em 27/12/2010 07:52
A disputa por vagas em áreas críticas do Distrito Federal está prestes a ser regida por novas regras. A cobrança de uma taxa para estacionar em determinados pontos da cidade volta à pauta de discussões como uma alternativa para o caos em regiões como os setores Comercial, Bancário e de Autarquias Sul e Norte. O Correio apurou que técnicos do Departamento de Trânsito (Detran) concluíram um estudo que aponta os locais mais críticos e as consequências da falta de vagas para a qualidade do trânsito no DF, além de apresentar como alternativa o estacionamento rotativo, sistema em queo motorista paga para estacionar o carro.

O empresário Jessé Rocha, que trabalha no Setor Bancário Sul, não aprova a ideia da cobrança pelas vagasO diretor-geral do Detran, Francisco Saraiva, confirmou a existência do estudo mas se negou a dar detalhes antes da aprovação do governador Rogério Rosso (PMDB). A cobrança pelo estacionamento público não é exatamente uma novidade no DF e já foi anunciada pelo menos duas vezes ao longo dos últimos quatro anos. Em 2009, o Executivo anunciou a cobrança de taxas. Mas como a medida não foi bem recebida pelos motoristas, o então governador José Roberto Arruda decidiu abandonar a ideia.

Empresário que trabalha no Setor Bancário Sul, Jessé Rocha, 50 anos, critica a medida. ;A cobrança de tarifas só vai aumentar o faturamento das empresas que cuidam do trânsito em Brasília. As taxas proporcionam um afastamento temporário. Passado um tempo, as pessoas que não têm onde estacionar vão se render e pagar a quantia;, enfatizou o morador da Asa Sul.


Três perguntas para Francisco Saraiva
Diretor do Detran DF

Como foi para o senhor, um servidor de carreira, assumir o comando do Detran?
Achei que conhecia o Detran mas vi que não. Descobri que o caixa estava negativo em R$ 13 milhões e que havia uma dívida relativa ao convênio com a Polícia Militar no valor de R$ 4 milhões, que deixaram de ser pagos ao longo de 2009. Parcelamos em oito vezes, sendo que a primeira cota seria paga em janeiro, mas já quitamos duas parcelas. Para um órgão que arrecada o que o Detran arrecada, ficar no vermelho é um absurdo. Encontrei servidores desmotivados, as estatísticas de acidente e morte em alta e, além disso, o cidadão estava insatisfeito com a qualidade e a demora no atendimento.

Qual a maior conquista nesses quatro meses comandando o órgão?
Conseguimos reduzir as mortes nos últimos meses. Depois de quatro anos, assinamos o convênio com o DER e vamos atuar em parceria. Criamos um modelo de faixa de pedestre mais segura que poderá ser modelo para o resto do país. Capacitamos servidores e os deixamos com a sensação de que o Detran pode ser melhor.

O futuro diretor terá muitos desafios pela frente?
O maior deles será conquistar autonomia de decisões. O Detran é uma autarquia com receita própria e independência só no papel. É preciso que o órgão tenha liberdade para trabalhar, para fazer suas campanhas, contratar pessoal e decidir onde e como investir. Além disso, é preciso repor os quadros que estão bastante defasados em todas as áreas. É necessário descentralizar os serviços com a criação de novos postos de atendimento e mais depósitos para desonerar e facilitar a vida do usuário. É preciso dar continuidade à capacitação dos servidores e elaborar uma política pública de trânsito.

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