Cidades

O que desejam os pais de família de Brasília para os próximos 50 anos

postado em 01/01/2011 08:50
Há 50 anos, Brasília nascia no coração do Brasil. Naquela época, limitava-se ao Plano Piloto, com apenas uma de suas asas, a Esplanada dos Ministérios, e a outras sete localidades ; Taguatinga, Sobradinho, Gama, Cruzeiro, Cidade Livre (hoje Núcleo Bandeirante). O tom amarronzado da poeira do Planalto Central ainda dominava na recém-inaugurada capital, tomada por imensos espaços vazios. Hoje, meio século depois, a Brasília cinquentona abriga 30 regiões administrativas e 2,5 milhões de habitantes ; cinco vezes mais do que o planejado ; e começa padecer de algumas mazelas típicas de cidades centenárias.

E os próximos 50 anos como serão? Pais brasilienses ouvidos pelo Correio desejam uma Brasília melhor para seus filhos: livre da corrupção e das drogas e com serviços básicos ao alcance de todos. Eles pedem uma solução para o caos do trânsito, para a violência e um maior respeito ao meio ambiente.

A administradora Anacláudia Fernandes Damasceno Bragatto, 42 anos, espera que o filho Lorenzo Damasceno Bragatto, 1, se desenvolva em uma cidade mais justa e segura. ;Quero que todos tenham direito à saúde de qualidade. Hoje, quem não tem plano privado está penando nos hospitais públicos. Também sonho com uma cidade sem violência, onde as crianças possam brincar tranquilas nos parques e as casas não necessitem de grades e muros altos para proteger as famílias;.

Para a zootecnista Fernanda Quadro, 27 anos, e o marido, o tecnólogo Bruno Lima da Cruz, 31, o meio ambiente deve ser a principal bandeira do DF nos próximos 50 anos. O casal tem o filho Luan Kael, 3, como aliado nessa luta verde. O pequeno já sabe o que vai ser quando virar gente grande: defensor da natureza, assim como o personagem de seu desenho animado preferido. ;É difícil falar de desenvolvimento sem mensurar prejuízos para o meio ambiente. É preciso preservar nossas áreas verdes. Só no DF é possível acordar em pleno centro urbano com o canto dos pássaros;, diz a moradora da Asa Sul.

A ética na política é outra exigência dos pais brasilienses. ;Espero que daqui a meio século a corrupção não faça parte do cenário de Brasília. Em 2010, infelizmente, presenciamos um escândalo atrás do outro;, lembra a assessora política Tatiane Araújo Pereira, 26 anos, mãe de Davi Araújo de Carvalho Torres, 2. ;Desejo que meu filho tome conhecimento desses fatos vergonhosos apenas pelos livros de história;, afirma o empresário Francisco Elízio Bezerra, 30 anos, pai de Artur Cunha, 1. A mãe de Artur, a advogada, Denise Cunha, 34 anos, completa: ;Quero que ele se orgulhe dos representantes que escolher nas urnas. Eu acho que isso é uma coisa que a nossa geração sente falta.;

A dona de casa Inês Maria Jesus espera ver despontar vários atletas brasilienses. ;Gostaria que as crianças fossem incentivadas a praticar esportes. Assim não ficariam nas ruas consumindo droga;, sonha a mãe da pequena Ana Luísa, 1 ano. O advogado Rodrigo de Castro Freitas, 26 anos, quer o crack erradicado da capital da República, longe do filho Lucas Castro, 2. ;Para isso, é preciso um trabalho social sério, que envolva toda a sociedade ao longo das próximas décadas;, sugere.

A mãe de Heloísa Sarmento, 3 anos, a professora Valéria Sarmento Barros, 38, torce por uma educação pública de qualidade e um acesso mais facilitado ao ensino superior. ;Atualmente, as drogas e a violência estão dentro da sala de aula;, afirma. A dona de casa Ruth Sousa da Silva, 32 anos, também espera instituições melhores do GDF. ;Sem educação, como a cidade vai melhorar? Precisamos investir nos nossos futuros cidadãos, que serão os nossos futuros representantes;, afirma a mãe de Vinícius da Silva Malta, 1.

Os pais dos gêmeos Thiago e Gabriel Biasibetti, 2 anos, querem um transporte público de qualidade e acessível a todas classes sociais. ;Nos próximos 50 anos espero que o metrô alcance os diversos cantos da cidade e o veículo leve sobre os trilhos (VLT) esteja funcionado. Só com investimentos em transporte coletivo será possível colocar fim no trânsito caótico que tem tomado as ruas da capital da República;, afirma o pai e mecânico Taciano da Costa Rodrigues, 33 anos.

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