postado em 02/01/2011 08:26
O discurso de posse de Agnelo Queiroz (PT) na Câmara Legislativa, na manhã de ontem, foi marcado pela emoção. Mesmo com o auxílio de duas telas transparentes para ler o texto, o governador do Distrito Federal não conseguiu segurar o sentimento, chorou e precisou interromper a fala por três vezes, antes de recuperar o fôlego e prosseguir. Em 29 minutos e trinta segundos, o petista agradeceu a todos que ajudaram a construir a vitória dele nas eleições, rememorou a construção da capital da República e a crise política vivida no último ano, além de se comprometer em restaurar a ordem nos serviços públicos.Conforme disse ao Correio logo após deixar a Câmara, antes de seguir ao Palácio do Buriti para receber a faixa do ex-governador Rogério Rosso, o discurso emocionado ocorreu devido à consciência da responsabilidade em assumir uma cidade com problemas crônicos e difíceis de serem resolvidos. ;A população me deu um voto de confiança e isso, para quem tem vergonha na cara e compromisso com o povo do Distrito Federal, evidentemente é transformado em sentimento;, afirmou.
Nas 2,7 mil palavras lidas pelo novo governador, a promessa constante foi de uma administração diferente da anterior. Segundo ele, a situação caótica dos serviços, a paralisação das obras e as contas públicas no vermelho são resultado ;dos erros gerenciais cometidos num passado recente;. Para conseguir mudar a realidade e reverter a crise política originada com a deflagração da Operação Caixa de Pandora, ele se comprometeu em fazer um governo transparente e austero. ;Quem fizer diferente disso será cobrado por mim e irá responder pelos seus atos na Justiça.;
Os cientistas políticos David Fleischer e João Paulo Peixoto destacam as dificuldades que o novo governador terá para atender as demandas da cidade. Um dos entraves é a relação com a Câmara, tradicionalmente baseada em trocas de favores. Segundo eles, será necessária muita articulação para, por exemplo, tirar da desordem o sistema de saúde em 100 dias, como prometeu Agnelo.
Íntegra do discurso de posse
Bom dia a todos. Não foi fácil chegar até aqui. Cada um dos tantos companheiros de caminhada que enxergo neste auditório e aqueles a quem cumprimentei nos salões e corredores sabem disso. E há muitos agradecimentos a fazer, muitos além daqueles que tenho feito desde o dia 31 de outubro.
Agradeço, antes de tudo, à população do Distrito Federal. Agradeço, indistintamente, tanto aos 875.612 eleitores que me deram a mais larga vitória política de um candidato a governador do DF, quanto aos que participaram do processo eleitoral, votando nos meus adversários. Obrigado a todos, pois o processo político não é a busca da unanimidade.
A beleza do processo político é o estabelecimento de metas que passem a ser viáveis a partir da perseguição dos consensos e da formação de maiorias. A partir deste momento, serei o governador de todo o Distrito Federal. Saberei ouvir a todos, governarei com a maioria que se tornou avalista de nosso projeto quando nos deu a vitória nas urnas. Mas forjei minha biografia na luta política e saberei respeitar a opinião dos contrários.
Não perseguirei a unanimidade. Exigirei, porém, a lealdade e o espírito público tanto daqueles que estiverem aliados ao projeto que saiu vitorioso das urnas quanto dos que estiverem do outro lado. Saber conviver com adversários é da natureza da política.
Serei leal. Serei direto. Serei honesto. Transformarei cada um de vocês em testemunhas do compromisso que tenho para com o povo. Sou médico, nasci para servir e para ver florescer a vida. Serei, como governador, nada mais do que aquilo que sou como homem, como filho, como marido, como pai, como médico, como servidor público, como político.
Exigirei lealdade e honestidade ; sobretudo dos amigos. Quero ver em cada um dos meus companheiros de jornada o compromisso público que tem de ser a raiz de todos os governos. Exigirei transparência em todos os atos. Saberei reconhecer o valor de cada um daqueles que hoje integram minha equipe por seus atos, por suas palavras e pela coragem que revelarem. Os desafios são imensos, mas temos a perseverança e a força de vontade ao nosso lado.
Tenho muitas ambições, mas todas elas cabem no quadrilátero que delimita o Distrito Federal. Esse quadrado imaginário que começou a ser demarcado no coração do Brasil, pela Missão Cruls. Essa encruzilhada de meridianos e paralelos sonhada por Dom Bosco em tempos imemoriais.
Esse sonho resgatado pelo nosso fundador Juscelino Kubitschek e concretizado a partir dos desenhos geniais de Lúcio Costa e de Oscar Niemeyer. As minhas ambições cabem todas aqui dentro porque elas podem ser sintetizadas num compromisso: resgatarei o orgulho do povo do Distrito Federal.
As nuvens tempestuosas de uma das piores crises políticas vividas por nossa cidade ainda não se dissiparam. A situação em que nos encontramos hoje ; com serviços públicos à beira do caos, com o Distrito Federal afundado em dívida, com várias obras paralisadas ; é resultado de erros gerenciais e administrativos cometidos num passado recente. É fruto de um jeito de governar que usa o dinheiro público, o dinheiro dos impostos de todos nós cidadãos, para benefício pessoal. Isso chega ao fim com a vitória nas urnas do projeto que me trouxe até aqui.
Não é aceitável que a capital federal seja percebida como sinônimo de corrupção, de falcatruas, de negociatas e de práticas incompatíveis com uma gestão pública decente. Não é aceitável que uma cidade que nasceu para ser modelo seja hoje motivo de achincalhe, de piada nacional.
Digo a todos vocês: basta! Não tolerarei, sob nenhuma hipótese, essas práticas. O meu compromisso é com a ética, com a transparência e com a austeridade nos gastos públicos. Essa será a forma de conduta adotada no meu governo. Quem fizer diferente disso será cobrado por mim e irá responder pelos seus atos na Justiça.
A situação da saúde em nossas cidades, maior exemplo do estado lamentável dos nossos serviços públicos, adverte-me duramente para uma verdade inescapável: não temos o direito de desperdiçar sequer um centavo do orçamento do DF.
Quando vejo que existem hoje 20 mil pessoas aguardando há meses para fazer uma cirurgia, que há centenas de pessoas com câncer que não conseguem ter acesso ao tratamento adequado, que falta todo tipo de medicamento na rede pública... Quando vejo tudo isso, fica evidente, para mim, que não dá mais para pedir paciência às pessoas.
A saúde é um dos casos em que medidas emergenciais são imprescindíveis para injetar rapidamente um pouco de dignidade a um atendimento que está à beira do colapso. Por isso, logo nos primeiros dias do meu governo, terei por compromisso colocar em prática ações que tragam alívio imediato a milhares de pessoas que estão sofrendo. Asseguro: nos primeiros 100 dias do meu governo, restabelecerei a ordem no atendimento médico no Distrito Federal.
Sei, no entanto, que muitos dos desafios que enfrentarei não serão superados de uma hora para a outra. Pois, depois de anos de descaso e abandono, há graves problemas estruturais que criaram raízes profundas em todos os serviços públicos da nossa cidade. Nem tudo poderá ser resolvido rapidamente, mas uma coisa garanto a vocês: em seu tempo, todos os desafios serão superados.
O Distrito Federal se desenvolverá sobre bases sólidas. E, para isso, não podemos nos deixar seduzir pelo caminho mais fácil. Nem sempre os atalhos nos levam aonde queremos chegar. Não é qualquer tipo de crescimento que é bom para a nossa cidade. Não podemos mais aceitar o inchaço descontrolado que põe em risco o nosso meio ambiente, que contamina os nossos mananciais de água, que trazem caos e tumulto para o Distrito Federal.
Foi essa forma de crescimento desordenado e foram políticas públicas sem planejamento, nos últimos 12 anos, que transformaram o Distrito Federal e seu entorno na região mais desigual do país. E foi essa desordem que terminou derrotada nas urnas.
Nos últimos anos, o Brasil conquistou grandes avanços na redução da pobreza. O presidente Lula ; que merece todas as nossas homenagens ; mostrou que é possível, sim, crescer e distribuir renda. Que é possível transformar o nosso país num lugar com mais justiça social. Não à toa, Lula é o presidente mais popular da nossa história. É o melhor presidente que já tivemos. E essa história só pode ser contada assim porque seu governo trabalhou efetivamente para todos, para todos os brasileiros e, principalmente, para aqueles que mais precisam.
A forma de governar que Lula consagrou no Brasil será a forma de governar que desejo consagrar aqui no Distrito Federal: um compromisso com aqueles que mais precisam. Um Estado forte, mas não sufocante. Uma linha direta com a sociedade.
A capital do Brasil perdeu a chance de pegar carona nas profundas mudanças trazidas pelo governo Lula. Na última década, o fosso existente entre ricos e pobres, entre o Plano Piloto e as demais cidades, ficou ainda maior e mais profundo. Hoje, infelizmente, existem duas Brasílias bastante distintas: uma planejada e rica; e outra carente, esquecida e mal tratada. Nosso objetivo principal é reverter esse quadro, levando mais governo para quem mais precisa de governo.
Sei que, nessa missão, contarei com o apoio irrestrito da primeira mulher eleita presidente na História do Brasil: a companheira Dilma Rousseff, com quem tive oportunidade não só de dividir responsabilidades de governo na equipe do presidente Lula, mas também de conduzi-la por alguns dos cantos e recantos de nossas cidades ; mesmo aqueles mais remotos.
Por sua trajetória política singular, por tudo o que já realizou pelo desenvolvimento do país, por sua sensibilidade social, tenho a certeza de que a presidente Dilma dedicará atenção especial a nossa cidade. Trabalharemos em parceria, sintonizados, buscando aproveitar ao máximo os programas e ações do governo federal. A presidente Dilma sabe que Brasília será a sua casa a partir de hoje e pelos próximos anos. Vamos fazer com que ela e seu governo descubram que o Distrito Federal poderá ser uma unidade exemplar da Federação brasileira. Vamos fazer com que programas federais importantes ; como o Minha Casa, Minha Vida ; deslanchem aqui no DF.
Assumo, aqui e agora, o compromisso de voltar a usar uma ferramenta fundamental, e há muito esquecida, para que a nossa cidade volte a sonhar com um futuro mais digno para todos: o planejamento. É planejando com rigor as ações de governo que vamos preparar a capital do Brasil para um novo e vigoroso ciclo de desenvolvimento.
Nos próximos anos, o Brasil será a quinta maior economia do mundo. E qual será a imagem da nossa cidade para esse país que cresce e avança? Como queremos ser vistos? Continuaremos a ser os campeões nacionais da desigualdade? A capital da corrupção?
Não. Claro que não! Trabalharei para que o Distrito Federal seja orgulho de todos nós, brasileiros. Quero a capital federal sintonizada com o novo país que está nascendo. Isso significa investir de verdade no desenvolvimento humano da nossa gente.
É triste quando percebemos que, por falta de preparo, os nossos jovens não conseguem ocupar muitas das vagas que surgem no mercado de trabalho. Corrigirei isso. A educação será outra prioridade do meu governo. Brasília só será de fato a capital da esperança se o Estado garantir que as oportunidades sejam iguais para todos os filhos dessa terra.
O mundo muda rapidamente. A principal matéria-prima que atrai as empresas é a qualidade dos recursos humanos. Sendo assim, ao investir nos nossos jovens, ao construir novas escolas de tempo integral, escolas técnicas e universidades, ao garantir mais qualidade no nosso ensino fundamental e médio, o governo do Distrito Federal estará também ajudando a fortalecer a nossa economia.
Gerar mais empregos será uma das obsessões de meu governo. Sei que essa é a melhor forma de combater as desigualdades sociais. E farei isso de forma ousada, corajosa, determinada e consistente, incentivando novas empresas a se instalarem em nossa cidade e também apoiando de forma sistemática o pequeno empreendedor da nossa terra.
Brasília é uma das cidades mais ricas do país. Temos o maior orçamento por habitante do Brasil. É preciso transformar toda essa riqueza em benefício direto para os nossos cidadãos. Isso será feito com a implantação de um sistema de gestão eficiente, que aumente a capacidade de investimento do DF. Porque de pouco adianta a nossa cidade receber tantos recursos, quando impera o desperdício, o descontrole dos gastos e o inchaço da máquina pública.
Vou valorizar o servidor público distrital para que ele desempenhe com orgulho e eficiência a sua função. Implantarei sistemas de gestão que incentivem o aumento da produtividade e premiem aqueles que têm melhor desempenho.
O meu maior desejo é que, ao fim do meu mandato, o Distrito Federal seja reconhecido como um exemplo de civilidade para toda a nossa nação. A cidade que cuida das crianças ; ainda no ventre das mães, passando pela creche e chegando à universidade ;, que garante acessibilidade à pessoa com deficiência, que respeita os idosos. A cidade que investe na cultura, no esporte, no lazer e na inclusão digital. A cidade que cresce, mas que cresce com qualidade.
O DF tem vocação para ser uma cidade à frente de nosso tempo. Quando digo isso, não me refiro a uma modernidade onde tecnologias de ponta estão disponíveis apenas para alguns poucos. Não. Modernidade é levar saneamento básico a 100% dos lares do Distrito Federal. É zerar o índice de analfabetismo em nossas cidades. É ter escolas públicas onde professores sintam prazer em ensinar e alunos sintam prazer em aprender. É ter um sistema público de transporte rápido, seguro, confortável e a um preço justo. Modernidade é ter todos os serviços públicos essenciais funcionando de forma decente.
E, para aqueles que duvidam que seja possível alcançar tantas realizações em apenas uma gestão, quero lembrar que, há pouco mais de 50 anos, toda uma cidade foi erguida no Planalto Central, em uma região onde antes nada existia. A construção da nossa querida Brasília é uma das provas mais contundentes de que, com tenacidade e perseverança, sonhos podem, sim, se tornar realidade. Devemos honrar o esforço e o suor desses pioneiros ; essa brava gente candanga, a quem, neste momento, rendo as minhas homenagens.
O nosso governo será um tempo de mudanças. Para as pessoas que vivem aqui, está claro que Brasília precisa mudar. Mas não podemos nos esquecer que não começaremos do zero e que daremos continuidade a muito do que se fez no passado. É preciso ter humildade para reconhecer que não se constrói nada sozinho.
Não faremos um governo de revanche, de perseguições, de acusações. Nosso governo será de paz, união e construção. Para onde quer que olhemos, existe trabalho a ser feito, a ser aperfeiçoado, continuado ou terminado. As obras, as ações de governo, não pertencem a este ou àquele gestor. Pertencem a toda a população do Distrito Federal. Foram construídas com o dinheiro público e para o benefício dos cidadãos brasilienses.
Com os deputados que compõem essa Câmara Legislativa, quero construir uma relação de parceria e respeito mútuo. Sei que nem sempre concordaremos em tudo, mas tenho a convicção de que compartilhamos objetivos comuns para o bem de Brasília. E esses objetivos hão de nos unir em nosso trabalho.
Estou chegando ao fim desse discurso que antes de ser a peça inaugural de meu mandato, uma honra que devo ao povo do DF, e não poderia deixar de fazer uma pausa nos compromissos políticos para agradecer a algumas pessoas que têm sido fundamentais para que eu esteja aqui. Agradeço ao PT que me acolheu e depositou em mim toda a confiança. Agradeço também a todos os partidos aliados pela formação dessa grande e vitoriosa aliança.
Agradeço ao meu pai Agnelo, que tenho certeza que está aqui conosco, e à minha mãe Alaíde, que, como toda mãe, sorri e sofre, vibra e chora com as venturas e desventuras dos filhos. Ela sabe melhor do que ninguém de tudo o que sou capaz. E ela sabe que serei capaz de resgatar cada um desses compromissos que firmei aqui.
Agradeço a Ilza, minha companheira, que, com bravura, mas também com doçura, esteve sempre ao meu lado em todos os momentos de minha trajetória política. Desde os tempos de residência médica até aqui. Como médica, profissional competente, servidora pública com uma raiz profundamente ligada ao povo, Ilza teve generosa paciência para suportar a subida de cada um dos degraus de minha trajetória política. Obrigado, minha mulher.
E é claro que agradeço, também, a Fernanda e a Guilherme, meus dois queridos filhos. Fernanda, Guilherme, se as ausências vividas até aqui não foram fáceis para vocês, saibam de uma coisa: é possível que essas ausências, que a troca de compromissos privados pela urgência das agendas públicas se torne mais radical a partir daqui. Mas tenham certeza: o pai de vocês tem o compromisso de honrar cada um dos ensinamentos que lhes deu. De resgatar cada um dos sonhos públicos que sonhamos juntos, nos momentos em que nos reunimos em família para discutir as injustiças e as desigualdades do país e de nossa cidade.
Da mesma forma que JK, tenho profunda consciência das dificuldades que me cercam, mas sei que muitos aqui compartilham comigo a fé de que Brasília irá cumprir o seu destino. Precisamos resgatar muitos dos ideais sonhados pelo presidente Juscelino e já um tanto esquecidos. A capital do país foi planejada para ser modelo para as demais cidades brasileiras. Modelo no transporte público, na educação, na segurança, na saúde. Chegou a hora de construir as condições para que tudo isso de fato aconteça.
Gosto de pensar que momentos de crise, como este que estamos vivendo, devem ser encarados como uma oportunidade. Uma oportunidade de deixar para trás velhos hábitos do passado. Uma oportunidade para virar o jogo e alcançar grandes conquistas. Uma oportunidade para começar a construir uma nova história.
Não podemos nos contentar com menos. Acredito no futuro e na grandeza dessa cidade, que nasceu para ser o motor do desenvolvimento de todo o interior do nosso país. É hora de, com energia renovada, dar as mãos e trabalhar para construir a Brasília que todos nós queremos. Uma cidade mais dinâmica, mais altiva, mais justa para nossos filhos e melhor para todos viverem.
Muito obrigado e que Deus abençoe a todos nós nessa grande empreitada. Muito obrigado pela confiança que depositaram em mim. Eu não decepcionarei. Muito obrigado.
Princípios
É obrigação de todo governante desenvolver estas três características: honestidade, transparência e lealdade. O que Agnelo está prometendo é o que deve ser a conduta de todo governante. Nada melhor do que uma administração próxima da sociedade. Uma coisa muito importante é que a população sinta o retorno do governo, com serviços públicos eficientes. (João Paulo Peixoto)
Paralisia
As denúncias de corrupção no ano passado causaram a paralisia do governo. A substituição generalizada do secretariado também causou prejuízo na continuidade das políticas públicas. O governador terá de retomar o que foi interrompido e atacar problemas estruturais. Tem muita coisa que não está funcionando bem, como o péssimo sistema de transporte público. (JPP)
Correções
O prazo de 100 dias dá para iniciar os trabalhos e fazer algumas mudanças importantes, mas não é possível fazer tudo nesse período. A saúde pública está totalmente sucateada. O governador vai precisar dos quatro anos de mandato para fazer as correções necessárias. Mas, nesses três primeiros meses, ele poderá mostrar para onde vai. A saúde será, sem dúvida, o maior desafio dele.
(David Fleischer)
Vontade
Todos os programas do governo federal que puderem ser implementados no DF serão muito positivos para a cidade. Brasília tem uma posição privilegiada por ser a capital da República e deve receber atenção diferenciada. O que precisa é ter um bom diálogo com o governo e a vontade de implementar os programas. (JPP)
Negociação
Essa nova Câmara Legislativa tem muito deputado distrital da legislatura anterior, inclusive, que foram envolvidos em denúncias, mas não foram condenados. Negociar com 17 partidos diferentes e atender a todos os interesses não vai ser fácil. Além disso, Agnelo prometeu reduzir o número de cargos comissionados, o que é uma ferramenta de negociação com os deputados. (DFl)
Dependência
O novo governo terá de trabalhar com dois ;d; para promover o desenvolvimento: descentralização e desburocratização. Se conseguir desenvolver políticas públicas com esse norte, vai obter bons resultados. É preciso também atacar a formação profissional, com o desenvolvimento de escolas técnicas. Brasília tem poucas oportunidades de emprego e há muita desigualdade social. (JPP)