Adriana Bernardes
postado em 04/01/2011 20:50
O secretário de Saúde do Distrito Federal, Rafael Barbosa, anunciou, após reunião com o Sindicato dos Hospitais Particulares, nesta terça-feira (4/1), que um grupo de trabalho foi criado para discutir a dívida que os hospitais particulares cobram, de R$ 103 milhões, do Governo do Distrito Federal. Segundo ele, a medida que as contas forem auditadas, o GDF vai pagar as dívidas.[SAIBAMAIS]Barbosa ainda informou que até o fim desta semana, o governo vai desembolsar R$ 10 milhões referentes ao atendimento de pacientes em 2009. O secretário falou que o valor será pago porque as contas do período foram auditadas e já havia previsão no caixa do governo.
Os hospitais devem apresentar o número real de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) que o GDF poderá contar até o fim desta semana. Das 125 contradas, disse Barbosa, apenas quatro estão em uso. Enquanto isso, seis pacientes - que já obtiveram decisão judicial favorável - precisam de leitos, mas os hospitais particulares ainda não disponibilizaram as vagas.
O presidente do Sindicato dos Hospitais Particulares, José Leal, disse confiar na palavra do novo secretário e informou que os hospitais vão disponibilizar mais leitos, mas não deu prazo. De acordo com ele, por não receberem dinheiro as equipes que trabalhavam nas unidades foram desmontadas e equipamentos alugados, devolvidos.
Entenda o caso
A crise nos leitos de UTI começou em abril, quando os hospitais particulares decidiram cobrar uma dívida de quase R$ 60 milhões da Secretaria de Saúde. Esse valor seria referente ao atendimento dos pacientes nos 125 leitos contratados pelo governo para dar suporte à demanda. Os empresários ameaçaram romper os contratos, mas fizeram um acordo com o GDF, depois que o governador Rogério Rosso prometeu sanar a dívida.
No início de dezembro, no entanto, os hospitais privados voltaram a denunciar a falta de pagamento, que estaria acumulada em mais de R$ 103 milhões, segundo a entidade. Na ocasião, a Secretaria de Saúde, afirmou estar em dia com pagamentos de 2010 e garantiu não dispor de previsão orçamentária para o pagamento de débitos de anos anteriores.