Juliana Boechat
postado em 05/01/2011 13:52
Durante uma visita técnica ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), na manhã desta quarta-feira (5/1), o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e o secretário de Saúde, Rafael Barbosa, prometeram liberar o centro cirúrgico nos próximos dez dias. Mesmo assim, não gostaram da situação que viram. Além de alguns problemas estruturais, o déficit de pessoal também é preocupante. Atualmente, o hospital faz 1,1 mil atendimentos por dia, mas faltam clínicos gerais para completar o plantão. De acordo com o secretário, é preciso que pelo menos 35 novos profissionais sejam contratados apenas para o setor, além de mais anestesistas. Para isso, um edital está sendo preparado pela Secretaria de Saúde (SES/DF) e será publicado ainda na próxima semana. O déficit total de pessoal ainda não foi estimado por que a exoneração de cargos comissionados determinado por Agnelo também afetou algumas áreas do HRC.
Os tomógrafos do hospital foram encontrados quebrados e, segundo a direção do hospital, estão nessa situação desde abril do ano passado. Além disso, o centro cirúrgico, fechado no início de dezembro para reformas depois que infiltrações e piolhos de pombo foram encontrados, permanece assim, mas deve ser entregue dentro de dez dias.
Para tentar agilizar o atendimento, além de contratações, o governador prometeu construir duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) na cidade, no prazo de 100 dias. Agnelo prevê que 500 pessoas sejam atendidas nelas e, com isso, o atendimento no HRC seja reduzido para 600. "Esse é um dos maiores hospitais do DF. Aqui são atendidas pessoas de toda a região e também do entorno, como Águas Lindas. Precisamos desafogar um pouco o local", disse o governador. Além disso, uma pequena reforma será feita nos próximos dias para que o número de leitos na UTI seja expandido de seis para dez.
A construção de dois blocos fora da área do HRC também está nos planos de Agnelo. Um servirá para o atendimento de ambulatório e o outro apenas para receber 40 leitos de UTIs infantil, adulta e geriátrica. Os recursos para as obras e reformas, que não acontecem há cinco anos, sairão da Secretaria de Obras e da Secretaria de Saúde. Atualmente o caixa da SES está negativo em R$ 100 milhões, segundo informou o secretário Rafael Barbosa.
A nova diretora do HRC, Inara Silva de Souza, se disse otimista com o futuro do hospital. Ela acredita que os problemas são pontuais e com o empenho do GDF tudo será resolvido o mais rápido possível.
Atualmente o hospital está com uma reforma em andamento no Setor de Anatomia Patológica, e outras oito estão previstas para começar em fevereiro.