Cidades

Obras de arte espalhadas pela UnB vão ganhar espaço em um catálogo especial

Naira Trindade
postado em 06/01/2011 08:00
Toda feita em bronze, a escultura Minerva, de Alfredo Ceschiatti, é um dos destaques a serem catalogadosBrasília será presenteada ao completar 51 anos. O Centro de Documentação da Universidade de Brasília (UnB) prepara para abril um catálogo com as principais obras da instituição. Esculturas, gravuras e pinturas de Alfredo Ceschiatti, Glênio Bianchetti, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, entre outros, vão encorpar as 150 páginas do primeiro catálogo de obras lançado pela universidade.

A publicação vai apresentar à comunidade candanga parte das grandiosas obras que compõem o acervo da UnB. Uma comissão com nove integrantes escolheu 120 trabalhos dos cerca de 1,2 mil existentes na universidade. ;Os admiradores de arte vão saber onde está localizada cada obra;, explicou José Carlos Andreoli, químico especialista em restauração, que dirigiu o Centro de Documentação (Cedoc) da instituição durante 17 anos.

Nas próximas semanas, a comissão responsável pelo catálogo vai se reunir novamente para definir as 80 ou 90 obras que ganharão destaque no livro. A equipe conta com o apoio do reitor da universidade, José Geraldo de Souza Júnior, que é um admirador de artes plásticas. ;Ele escreverá um artigo para ser publicado na primeira página do catálogo;, informa Andreoli.

Levantamento
Convidada especial do projeto, Maria Angélica Madeira, professora aposentada de semiótica, vai ajudar a escrever os textos que acompanharão as imagens do catálogo. ;Recebi o convite há pouco tempo e fiquei muito feliz. Escrevo muito sobre arte contemporânea;, contou. A professora é uma das maiores entusiastas desse projeto. De 2000 a 2003, tempo em que dirigiu a Casa de Cultura da América Latina (CAL), da UnB, ela defendia a importância de se catalogar as artes da universidade. O acervo da UnB, informa, se divide em três tipos: obras de arte, obras de arte popular e obras etnográficas ; objetos produzidos por indígenas que fazem parte da coleção do antropólogo Eduardo Galvão.

As peças que vão ilustrar o catálogo estão espalhadas pelo câmpus Darcy Ribeiro. No gabinete do reitor, é possível observar o quadro Peixes (1993), de Glênio Bianchetti. Já os alunos que passam pela Biblioteca Central do Estudante (BCE) podem ver de perto a escultura Minerva, de Alfredo Ceschiatti. A obra, toda feita em bronze, chama a atenção dos estudantes pela altura e pelo formato de corpo.

Andreoli conta que o trabalho de levantamento de obras da UnB começou em 1997. Desde então, equipes do Cedoc acompanhavam minuciosamente as peças. ;O catálogo proporcionou identificar quais peças precisam de restauração. Isso vai nos ajudar a manter as obras sempre conservadas;, garante. Grande parte das que compõem o acervo foram doadas à universidade. O melhor de todo esse material poderá ser visto nas 150 páginas do livro de artes, que tem previsão de tiragem de 2 mil cópias.

Grandes artistas
Escultor e desenhista, Alfredo Ceschiatti (1918 ; 1989) criou os anjos que ficam suspensos na Catedral de Brasília e a escultura da deusa da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal. Amigo de Oscar Niemeyer, colaborou na decoração de vários prédios desenhados pelo mestre da arquitetura modernista. Na UnB, foi professor de escultura e de desenho. Glênio Bianchetti nasceu em 1928. Gravador, pintor, ilustrador, tapeceiro e desenhista, veio para Brasília em 1962 para dar aulas. É considerado pelos críticos um dos pintores expressionistas figurativos de maior talento surgidos na segunda fase do modernismo brasileiro.

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