Cidades

KPC mata mais uma pessoa e Saúde diz que situação caminha para o controle

De dezembro até agora, o número de infectados passou de quatro para 16

postado em 06/01/2011 07:51
De janeiro de 2010 ao último dia 1;, a Klebsiella pneumoniae carbapemanase (KPC), conhecida como superbactéria, matou 26 pessoas no Distrito Federal. Do penúltimo boletim divulgado pela Secretaria de Saúde, em 6 de dezembro do ano passado, até a última terça-feira, foi contabilizada mais uma morte provocada pela bactéria. Desde então, aumentou também o número de pacientes que desenvolveram a infecção, passando de 72 para 78. Em um ano, foram 349 casos contabilizados, 12 deles nos últimos 26 dias.

A superbactéria habita predominantemente unidades de terapia intensiva (UTIs). Por isso, a maioria dos casos é registrada nesses ambientes. Pelo último balanço oficial, 70% dos pacientes com KPC, ou seja, 244, estavam em UTIs. Atualmente, 69 portadores na bactéria estão internados em hospitais do DF ; 11 da rede pública e 13 particulares ;, mais que o dobro do que foi registrado em 6 de dezembro, quando 31 portadores da KPC foram contabilizados. Atualmente, há 16 pessoas infectadas, quatro vezes maior do que contabilizado no último relatório.

A presidente do Comitê Gestor Central da Gerência de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos em Serviços de Saúde (Gepeas), Ariany de Araújo Queiroz Gonçalves, não acredita que o aumento dos casos implique somente em pacientes novos.

;Há casos de pessoas que estavam colonizadas (possuem a bactéria), mas desenvolveram a infecção posteriormente;, diz. Ela ressalta que os casos têm sido notificados com intervalos cada vez mais espaçados. ;Começamos a observar que a situação está tendendo à normalidade. Estamos abastecidos de medicação e medidas de contenção. Certamente, esses fatores colaboram com o controle;, avalia.

Escala crescente
Ainda assim, é cedo para dizer que o pior do surto de KPC já passou. O Gepeas deve seguir monitorando o comportamento da curva endêmica nas próximas semanas para avaliar se ela está sob controle. A estabilização do risco só poderá ser avaliada depois de oito meses de supervisão.

A escala crescente de contaminações pela superbactéria, que teve o pico em outubro do ano passado, obrigou a Gepeas, da Secretaria de Saúde, a monitorar de perto a evolução e as medidas de controle para tentar minimizar os riscos de disseminação.

Os primeiros alarmes soaram entre abril e julho de 2010. A Secretaria de Saúde lançou, então, um pacote de medidas para tentar barrar a disseminação da superbactéria, incluindo compras de materiais indispensáveis para a rede, como insumos laboratoriais para realização de diagnóstico, álcool em gel para assepsia das mãos e outros materiais de higiene.

Ariany Gonçalves ressalta que, ainda que o controle da infecção esteja mais próximo, é imprescindível dar sequência à manutenção do comportamento de higienização e segurança. ;Quando conseguimos mudar o comportamento das pessoas, não podemos perder esse gancho. Essa mudança não se aplica só à KPC. Por tabela, temos uma diminuição na incidência de outras bactérias e da taxa de infecção no geral. Isso não pode se perder;, conclui.

De dezembro até agora, o número de infectados passou de quatro para 16

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