Cidades

Pistas cheias de riscos tanto para os motoristas quanto para os pedestres

Servente de limpeza pedalava na BR-070 quando foi atropelado por uma moto e morreu. Esse foi o mais grave dos acidentes de ontem, entre os quais um capotamento no Eixo Monumental

postado em 09/01/2011 08:00
Pela manhã, o acidente no Eixo Monumental deixou o trânsito lentoMais movimentada do que o normal desde a interdição ; para automóveis pesados, por conta de uma cratera ; da BR-060, a BR-070 foi cenário de dois acidentes ontem. No mais grave deles, um homem de 70 anos morreu atropelado por uma motocicleta, no trecho entre o Condomínio Privê e o Setor O, em Ceilândia. Na divisa de Águas Lindas de Goiás com o Distrito Federal, uma carreta desgovernada atingiu três carros, mas não houve vítimas graves.

Por volta das 6h de ontem, o mineiro Francisco Justino Bernardes, 70 anos, deixava a Rua 9 do Condomínio Privê para mais um dia de trabalho. Queria chegar cedo ao Senado Federal, onde atuava na área de limpeza, e terminar o expediente antes do pôr do sol. Assim, quando voltasse, seria possível dar continuidade à reforma do barraco de fundo da casa.

Seu Chico, como era conhecido, decidiu atravessar a tumultuada BR-070 por terra, em vez de usar a passarela suspensa em frente ao Condomínio Privê. Na metade da travessia da pista do sentido Águas Lindas ; DF, ele hesitou. Tentou voltar para o canteiro central, mas não deu tempo. A motocicleta Twister vermelha de placa HAP 3074 ; MG o atingiu em cheio.

O servente de limpeza morreu na hora. ;Ele era uma pessoa tranquila e batalhadora;, lamentou Sandra Ribeiro, amiga da família da vítima. Com o impacto da colisão, Vandimar Gonçalves Barbosa, 36 anos, caiu da moto e teve ferimentos leves. Os bombeiros encaminharam-no ao Hospital Regional de Ceilândia. Ele está fora de perigo.

Os especialistas do Instituto de Criminalística foram ao local para fazer a perícia. A 24; Delegacia de Polícia (Ceilândia) investiga o caso e ainda não há previsões de quando o laudo ficará pronto. Segundo a delegada de plantão, Adriana Romana, Vandimar contou como o atropelamento ocorreu, mas terá de prestar depoimento formal nos próximos dias.

Desgovernado
Um caminhão que vinha de Anápolis (GO) para fazer entregas de telhas de amianto em Brasília perdeu o controle da direção na descida da ponte sobre a Barragem do Descoberto, por volta de 7h. Bateu de raspão em um carro de passeio e em uma carreta. Só parou quando acertou a traseira de um ônibus da Taguatur, que fazia o trajeto de Águas Lindas de Goiás para a W3 Norte. A boleia do caminhão foi destruída. O motorista teve arranhões no rosto e o passageiro fraturou a perna esquerda.

Os demais envolvidos ; entre eles, os 35 passageiros do coletivo ; saíram ilesos. O condutor do veículo desgovernado, Walter José Gonçalves, 21 anos, explicou que os freios pararam de funcionar quando caminhão chegou ao declive. ;Nenhum problema mecânico ocorreu antes;, afirmou ele. Com o acidente, o trânsito ficou lento na região durante a manhã.

Do outro lado da cidade, um caminhão que transportava 40 toneladas de brita tombou. O veículo caiu em um barranco na BR-020, perto de Planaltina. O motorista relatou à PM que perdeu o controle porque o pneu do veículo estourou ao passar por um buraco na pista. Segundo a corporação, no entanto, o condutor vinha em velocidade alta e cochilou ao volante.

Impacto
Não foi só nas estradas federais que motoristas e passageiros do Distrito Federal se arriscaram e transformaram-se em vítimas. Na manhã de ontem, no Eixo Monumental (sentido Rodoferroviária), um acidente envolvendo três carros deixou a pista com trânsito lento. Duas batidas e um capotamento ocorreram às 9h20, ao lado da Torre de TV, ocasionados por Michele Aparecida de Sousa, 26 anos, que dirigia um Polo cinza, placa JGE 1667 DF. Não houve feridos graves.

De acordo com informações dos motoristas dos outros dois carros, ela, em alta velocidade, trocava um CD e não viu que o sinal estava fechado. ;Eu estava parado quando ela bateu na minha traseira, esperando o sinal abrir. Vinha muito rápido, capotou e ainda bateu no carro que estava ao lado;, contou Márcio Ferreira Rodrigues, 20 anos, motorista do Chevette placa JEF 5210 DF, que teve a traseira completamente destruída pelo impacto.

O terceiro veículo, um Polo preto, placa HOQ 8495 DF, era guiado pelo artesão Levino Marcelo, 47 anos. ;Eu estava em outra faixa, mas a batida foi tão forte que, quando ela capotou, me acertou. Pelo menos ela garantiu que iria pagar o conserto.;

Servente de limpeza pedalava na BR-070 quando foi atropelado por uma moto e morreu. Esse foi o mais grave dos acidentes de ontem, entre os quais um capotamento no Eixo Monumental


Perigo na EPTG
; Mariana Sacramento
Enquanto os motoristas transitam com facilidade pelas pistas largas da nova Estrada Parque Taguatinga (EPTG), os pedestres sofrem às margens da rodovia. Muitos não sabem que as faixas na altura do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) foram desativadas no último dia 13 pelo Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER). As placas de sinalização para os pedestres também foram retiradas. Além disso, usuários do transporte público deparam com paradas de ônibus improvisadas, sem abrigos na pista.

A desativação definitiva de todas as faixas, segundo a assessoria de imprensa do DER, é para garantir a segurança dos pedestres ; que, agora, têm como opção de travessia as 15 passarelas aéreas instaladas ao longo dos 12, 7km da via (a distância média entre elas é de 800m). Dessas, duas estão situadas na região que corta o SIA.

Mas, para o vigilante Leandro Silva de Jesus, 24 anos, morador de Águas Lindas (GO), as passarelas não foram colocadas em pontos estratégicos. ;Se às margens da rodovia há paradas de ônibus, como não ter um ponto de travessia seguro?;, questiona.

O Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) informou que um estudo feito pela Secretaria de Transportes identificou a necessidade da construção de 1,2 mil novas paradas e abrigos no DF, inclusive na EPTG. De acordo com a assessoria de comunicação do órgão, existe uma parceria firmada entre o GDF e o Ministério das Cidades para a realização das obras. O andamento do projeto, agora, depende dos novos gestores, tanto distritais como federais.

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