postado em 13/01/2011 08:13
Quatro dias após o corpo do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Omir José Pereira Lavinas, 48 anos, ser encontrado, a polícia ainda está atrás de indícios que possam levar à autoria do crime. Os investigadores estão concentrados nas imagens dos caixas eletrônicos de duas agências bancárias onde a vítima fez dois saques, um de R$ 200 e outro de R$ 100 . Os peritos do Instituto de Criminalística de Brasília também identificaram impressões digitais de um homem com ficha criminal no carro da vítima, um Logan cinza de placa JIK-8825/DF. O veículo foi encontrado no domingo em Ceilândia, poucos minutos antes de o cadáver de Omir ser localizado às margens da BR-070, na divisa do Distrito Federal com Goiás, em área pertencente a Águas Lindas.O caso está na 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte), mas como o corpo do auditor foi encontrado em Goiás, o trabalho é feito em parceria com o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) de Águas Lindas, chefiado pelo delegado Hylo Marques. Até agora, peritos do Instituto Médico Legal (IML) de Luziânia constataram que Omir não foi assassinado no local onde o corpo foi encontrado. Os primeiros exames técnicos também não mostraram manchas de sangue no carro da vítima. ;Tudo indica que ele foi morto em outro local que ainda precisamos descobrir. A BR-070 foi só o ponto de desova;, disse o delegado-chefe adjunto da 2; DP, Rogério Dantas.
Últimos passos
O auditor era separado da mulher e tinha dois filhos, de 18 e 20 anos. Omir morava sozinho em um apartamento no Centro de Atividades do Lago Norte. As imagens do circuito interno do prédio mostram a vítima saindo da garagem por volta das 14h25 do último sábado. Ele foi visto pela última vez no Beirute da 107 Norte, acompanhado de familiares. Um garçom contou ao Correio que o auditor saiu do bar por volta das 20h30, depois de passar a tarde no local com mais quatro pessoas. ;Três foram embora primeiro e a última foi depois. O Omir foi o último a ir embora. Não vi o momento em que ele saiu porque deixou metade da garrafa de cerveja e eu pensei que ele tivesse ido ao banheiro;, contou o atendente.
Filmagens mostram o momento da chegada e da saída de Omir do bar. Duas câmeras de agências bancárias da Asa Norte também registraram a entrada da vítima, uma às 22h30 e outra durante a madrugada. Nelas, é possível ver pelo menos quatro pessoas com ele. O delegado Rogério Santos acredita que os bandidos se frustraram ao sacarem o limite de saldo disponível, que, depois das 22h, é de R$ 200. Por causa do baixo valor, o bando foi até outra agência após a meia-noite. O montante sacado teria sido de R$ 100, limite disponível durante a madrugada.
Por enquanto, a hipótese é de latrocínio (roubo com morte). Não se sabe se Omir foi abordado pelos assaltantes no estacionamento do Beirute ou em outro local. Sabe-se que a vítima não voltou para o apartamento. Os investigadores também tentam descobrir se o assassinato foi premeditado ou se a intenção inicial era apenas roubar. Como se trata de um crime hediondo, os autores podem pegar até 30 anos de prisão.