postado em 20/01/2011 08:00
A Universidade de Brasília (UnB) ficará encarregada da administração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Itapoã, que deve ser inaugurada até o meio do ano. A novidade está entre as anunciadas pelo governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), após visitar o Hospital Universitário de Brasília (HUB), na 605 Norte, na manhã de ontem. Atualmente, alunos de ciências da saúde e de medicina dão suporte ao Programa Saúde da Família no Paranoá. ;Queremos estreitar nosso relacionamento com a universidade. Os estudantes se beneficiarão e poderemos oferecer um atendimento de maior qualidade à população do Distrito Federal;, disse Agnelo. Um segundo acordo feito entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e a UnB prevê a abertura de um terceiro turno de radioterapia para pacientes com câncer no Centro de Atendimento de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), com o apoio de funcionários e de recursos da Secretaria de Saúde do DF. Desde 2004, a secretaria e o HUB mantêm convênio para os atendimentos ambulatorial e oncológico a pacientes da rede pública do DF. Por ano, o hospital universitário recebe R$ 36 milhões. ;É um bom hospital, que conta com ótimos profissionais e merece ter a capacidade de atendimento ampliada. Vamos remanejar pessoal da Secretaria de Saúde a partir das necessidades específicas do hospital;, informou o governador do DF.
Acompanhado do secretário de Saúde do DF, Rafael Aguiar Barbosa, e do reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior, o governador circulou pelas unidades de terapia intensiva, pelo centro de transplante renal e de córneas e pelo pronto-socorro. Na saída do ambulatório, rumo ao Cacon, os visitantes se depararam com um grupo de cerca de 70 estudantes de ciências da saúde e de medicina da UnB ; eles integram o Movimento SOS HUB. Os manifestantes pediram apoio de Agnelo para a revitalização da unidade, que recebe repasses do governo federal, e aproveitaram para entregar uma carta na qual listam os principais problemas do hospital (leia quadro). Eles querem que o GDF ajude a reduzir o déficit de 600 funcionários, sendo 81 médicos.
Os alunos receberam com esperança a informação de que o edital de licitação para as obras no pronto-socorro do hospital está pronto e deve ser lançado no próximo mês. Segundo Agnelo, a emergência deve reabrir as portas seis meses após a contratação da empresa vencedora. Por problemas estruturais, o pronto-socorro está fechado há quase três anos. Segundo o SOS HUB, cerca de 3 mil pacientes deixaram de ser atendidos por mês, totalizando 99 mil que acabaram redirecionados para outras unidades da rede. ;Hoje, temos conhecimento para diagnosticar doenças graves, como o câncer e o lúpus, mas não temos experiência no tratamento de males simples, como gripes e apendicites, porque não há pronto-socorro;, reclamou Pedro Henrique de Morais, estudante de medicina.
Ensino
À tarde, foi a vez de as escolas públicas receberem a atenção de Agnelo Queiroz. A primeira parada foi a Escola Classe 35, em Ceilândia. Ela se tornará o centro de ensino modelo para reformas tocadas pela parceria entre entidades de assistência social, iniciativa privada e governo. As obras que vão restaurar boa parte da estrutura do colégio ; banheiros, piso, calçadas de acesso e muros ; serão possíveis graças à ajuda da entidade ABC Solidário, a mesma que construiu brinquedotecas nos hospitais públicos candangos. ;Essa é a primeira de muitas escolas que esperamos ajudar a reformar;, afirmou Dayse Elias, presidente da instituição.
O mesmo modelo de parceria tentará garantir condições mínimas para os estudantes da Escola Classe 415, em Samambaia, incendiada na noite de segunda-feira. O Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) providenciará mão de obra e materiais para reconstruir as sete salas afetadas pelo fogo. ;Nós atendemos ao chamado do governador e da Secretaria de Obras para, juntos, reconstruirmos a escola. Posso garantir que, antes de as aulas começarem, as salas estarão prontas;, revelou Elson Ribeiro. Agnelo reconheceu que, nas mãos da iniciativa privada, as obras serão concluídas rapidamente. ;A ação de uma empresa privada tem mais agilidade para terminar as obras antes da volta às aulas. Não passa pelos procedimentos burocráticos do governo;, explicou.
O HUB
A estrutura
; 210 leitos
; 144 mil atendimentos em 2010
; 42 especialidades
; Referência em oncologia e saúde auditiva
Os problemas
; Deficit de pelo menos 600 servidores, sendo 81 médicos
; Pronto-socorro interditado há três anos
; UTI neonatal fechada por falta de anestesistas
; Ginecologia e obstetrícia defasadas
; Obra inacabada do Instituto da Criança e do Adolescente (iniciada em 2002)