Cidades

Gastos com tarifas públicas sobem 1,34% em 2010

postado em 20/01/2011 09:46
Os gastos com tarifas públicas e preços controlados pelo governo ficaram 1,34% mais caros em 2010, segundo pesquisa realizada pelo escritório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Distrito Federal e divulgada ontem. O custo médio da cesta que inclui despesas com energia elétrica, telefone fixo, gás doméstico, água e esgoto, transporte urbano e combustível (etanol e gasolina) passou de R$ 433,03, em dezembro de 2009, para R$ 438,82, no último mês do ano passado ; diferença de R$ 5,79.

Puxaram o aumento do conjunto de gastos as tarifas residencial de energia elétrica (7,88%) e de água e esgoto (4,33%), os preços do etanol (3,02%) e da gasolina (1,98%) e a conta de telefonia fixa (0,65%). Em contrapartida, houve um recuo significativo no valor do gás doméstico (-13,84%) e as passagens de ônibus não tiveram reajuste. Para chegar aos percentuais, os técnicos do Dieese consideraram a quantidade de bens e serviços públicos correspondentes ao consumo médio de famílias do DF com renda de até oito salários mínimos.

Na avaliação do supervisor do Dieese, Clóvis Scherer, a variação observada em 2010 é baixa, se levada em conta a inflação do período, calculada em 6,47% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O percentual encontrado também é menor na comparação com o primeiro levantamento, feito em 2009, quando os preços subiram 3,88% frente ao ano anterior. ;Apesar do aumento expressivo da taxa de energia, a queda no preço do gás e a manutenção do valor das tarifas de ônibus balancearam o custo total da cesta;, analisou Scherer.

Transporte
O item de maior peso nesse grupo de serviços continua sendo o transporte público, responsável por 25,98% do total de gastos. ;As passagens não aumentaram em 2010 no DF, mas ainda assim estão entre as mais caras do país (o bilhete custa entre R$ 2 e R$ 3, a depender do trajeto);, disse o supervisor do Dieese. Em seguida, aparecem as despesas com água e esgoto (22,55%) e a gasolina (19,04%). Em dezembro de 2010, levando em conta o aumento da massa salarial, as tarifas públicas consumiram 35,08% da renda da família brasiliense. Em 2009, o percentual verificado foi de 36,69%.

A pesquisa do Dieese também indica que a alta de preços se concentrou no primeiro semestre do ano. O aposentado Geraldo Amaral, 84 anos, viveu uma época em os preços subiam assustadoramente de um dia para o outro. ;Nos tempos áureos da inflação, era uma coisa espantosa. Agora, pelo jeito, são reajustes mais controlados;, comparou. Mesmo assim, ele se diz assustado principalmente com o aumento do preço dos combustíveis. ;De tudo isso aí, o que mais dói no bolso é na hora de abastecer o carro. É um absurdo e ninguém faz nada. O álcool subiu de novo esses dias;, comentou.

Os gastos com água e esgoto foram os que mais chamaram a atenção do militar Júlio César da Silva, 44 anos, no ano passado. ;Paguei conta de quem mora no Lago Sul (bairro onde o consumo de água é um dos maiores do país);, disse ele, que vive com os três filhos em uma casa no Cruzeiro Velho. Em 2010, o militar chegou a pagar R$ 528 para a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb). ;O pior é que já me acostumei com as contas altas. Aos trancos e barrancos, a gente vai pagando, porque, se atrasar, eles cortam;, completou. (DA)

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação